segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Você não é o que você tem

Estava conversando com uma amiga dia destes e embora ela tenha opiniões e ideologias muito diferente das minhas, ela se expressa bem e tem facilidade pra tocar em assuntos que nos rodeiam. 

Nós que nascemos na década de 1980 pra frente fomos educadas pra sermos lindas menininhas além do rostinho bonito (sabe a expressão: não sou só um rostinho bonito? então...).

Claro que nas camadas mais pobres da sociedade isto pode não ter ocorrido tanto, mas nos lares de classe média ou classe média baixa, foi comum sermos cobrada profissionalmente. Eu cresci ouvindo dos meus pais e até outros adultos de minha família coisas como: _Estude, trabalhe, não dependa de ninguém. Não acho que este conselho seja ruim, se eu tiver uma filha, provavelmente orientarei no mesmo sentido, contudo, crescemos dependente do capital. Crescemos incentivadas a consumir cada dia mais e com a publicidade e o marketing agindo com agressividade.

Quem de nós não chegou aos 30 e viu os amigos com filhos, casa própria, carro zero, etc e se sentiu um fracasso? Quando há reuniõeszinhas de amigos do colegial é um disputa de ego infindável. A gente fica limitada achando que por não obtermos sucesso profissional, somos a vergonha da nossa família. O que nos conforta é que isto tem sido muito comum com pessoas de nossa idade.

Neste momento ocorre uma crise mundial no mercado de trabalho. A revolução industrial, o avanço da tecnologia e da internet contribuiu demais para que caísse o número de vagas de emprego e os jovens inexperientes são os que mais sofrem com isso. Em certos países, como aqui por exemplo, os mais velhos também sofrem com o preconceito em relação a idade e aparência.

Daí sempre quem paga o pato somos nós, que somos cobradas pelo modelo perfeito de funcionária, mas nos falta vaga, incentivo, espaço. As que são mães são as que mais sofrem: exige-se que trabalhe como uma mulher sem filhos e que seja mãe como se não trabalhasse. Falta espaço para suas crianças nas universidades e nos ambientes de trabalho. Falta espaço para suas demandas na vida!

Não devemos nos culpar 100% pela falta de oportunidades boas de emprego. Claro que devemos investir em educação e profisisonalização, mas não somos o que trabalhamos. A gente sempre é importante pra alguém a nossa volta só que o dia a dia não nos deixa perceber.

Muitas pessoas buscam esse valor e esse conforto na religião. Esta minha amiga inclusive culpa o feminismo, e isto não deixa de ser um ponto de vista. Sob o meu, o capitalismo e a vaidade humana são os responsáveis. Independentemente do que realmente seja, sempre lembre do seu valor para seus pais, amigos, filhos. Você é mais do que acredita ;)

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