domingo, 24 de dezembro de 2017

História Antiga Oriental - parte 1

Neste último semestre pude estudar um pouco sobre História Antiga Oriental e nesta postagem objetivo compartilhar os assuntos mais comuns neste campo historiográfico.

Estudar História Antiga Oriental é basicamente entender as origens da civilização e do Estado, o conceito de Oriente como algo ideológico (e não meramente geográfico) e conhecer um pouco da cultura, política e acontecimentos dos povos antigos, como egípcios, persas, sumérios, etc.

A cerca de 10.000 anos vários grupos ao redor do mundo iniciaram o cultivo: primeiro de algumas gramíneas, em seguida ocorreu a domesticação de alguns animais e esse esforço inicial da agricultura e pecuária permitiu o assentamento do homem, por períodos maiores, acabando aos poucos com o nomadismo (que até hoje não desapareceu por completo, mas diminuiu bastante).

A definição de pré-história e as críticas a esse termo derivam do fato de que havia uma "história" sim, anterior a criação da escrita, só não havia documentos oficiais pra comprovação de acontecimentos, o que não quer dizer que o homem não vivesse em conformidade com o que entendemos por civilização como nos dias atuais, por exemplo. A sedentarização criou a hierarquização da social e o período paleolítico é marcado pelo nomadismo, já o neolítico pelo início do sedentarismo.

Mesopotâmia


Na antiguidade o tempo era regulado de maneira muito direta com o clima (estações do ano). Cerca de 8 mil e 4 mil a.C. desenvolveram-se as primeiras cidades é o momento da Fundição do Bronze, da tecnologia de diques e barragens, de grandes construções, como pirâmides por exemplo, etc.

O interesse pela região mesopotâmica teve seu auge de estudos no século XVIII e XIX pois o cristianismo estava em alta buscando suas raízes através de achados no Oriente Médio, desse modo, estudiosos da época voltaram suas atenções para a região entre os rios Tigre e Eufrates. O período mesopotâmico guarda uma problemática a respeito das fontes históricas primárias pois estas foram criadas exatamente no seu tempo (daí surge a importância da arqueologia como interdisciplinariedade).

A Mesopotâmia atualmente corresponde a região do Iraque, Turquia e Síria: não foi um reino, um país ou estado, foi apenas uma região demarcada por uma cultura similar entre seus povos e detalhes geográficos importantes. Os Sumérios foram o primeiro povo a desenvolver uma escrita: construíram cidades estados independentes, eram hábeis construtores e arquitetos, e sua importância histórica deve-se ao fato do pioneirismo na criação da escrita (de acordo com registros históricos).

Na Cultura Mesopotâmica a relação do “dilúvio” e da sedentarização é algo muito forte pois era comum as cheias dos rios que podiam beneficiar ou não determinadas regiões, isto era de suma importância no desenvolvimento das primeiras cidades.

Num primeiro momento há os grupos indo-europeus chegaram pelo Norte para a Anatólia (atual Turquia) e em torno desse grupo é que se entende a organização dos Sumérios. Um outro grupo mais organizado em sentido de combate foram os Arameus, mas ainda não havia uma unidade cultural.

Nesse contexto podemos também observar que ao sul houve um momento de governo babilônico pouco organizado, de 3.000 a 2.300 a.C., seguido por um período de dominação de um grupo que ocupava o centro sul, os Acádios. O domínio destes é marcado pela arqueologia de 2350 a 2000 antes de Cristo Até o retorno de uma nova sequência de domínio dos babilônios.

Os Amoritas são considerados os primeiros a manterem a dinastia na região mesopotâmica: seriam, supostamente, a base do primeiro reino da Babilônia, estabelecidos mais ao sul. Desse modo foram criadas uma série de áreas de dominação das regiões sumérias.

A região Norte Mesopotâmica demorou um pouco mais a se organizar politicamente: uma das suas principais cidades, Assur, surge como local comercial e pagava tributo aos Acádios.

Quando Assur deixa de ser uma cidade e passa a ser o império Assírio? A grande maioria das plaquetas davam traços da organização comercial de Assur quando ocorreu uma crise no comércio de tecidos e surgiu o comércio de armas. A expansão militar transformou toda essa região em um dos maiores poderios militares dentro da Mesopotâmia.

A principal vitória dos Assírios foi no domínio dos Acádios, que isolou a Babilónia e transformou-a na ideia de dois grandes poderes na região. A organização do poder das cidades assírias terão como pilar o reconhecimento de uma hierarquia: um dos principais feitos de Chamsi Addu foi construir um templo para o Deus Assur. O Império Assírio, com a dinastia de Sargão conseguiu uma das coisas mais raras nesse espaço: dominação ampla do espaço mesopotâmico. Ciro Flamarion Cardoso denomina o “modo de produção asiático”, que pressupõe ciclos de trabalhos compulsórios e escravidão para os perdedores. No Modo de Produção Asiático as terras comuns são administradas pelo governo e delas o que se retira vira bem estatal. As terras livres eram aqueles que se cultivavam para subsistência independente.

Nabuco Donosor pode ser considerado o sucessor político de Hamurabi na Babilônia. Durante a expansão de Sargão tem-se o domínio definitivo dos Assírios na região da Babilônia e Sargão é o primeiro a ser tratado pela historiografia como um Imperador que exercia um domínio não territorial, mas mais por reconhecimento.

Continua...

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