quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

O Dia a dia de uma Agente de Apoio à Educação Especial


Nesta postagem quero dividir com vocês como é a experiência de trabalhar como Agente de Apoio à Educação Especial na SME/RJ. Primeiramente quero deixar abaixo alguns detalhes sobre o cargo e depois como é na prática.

O cargo de Agente de Apoio à Educação Especial é de nível médio, sendo que a maioria das agentes tem formação além; são pedagogas ou normalistas aguardando pra trabalhar como professora. Muitas de nós já possuímos experiência no trabalho com crianças por fazermos licenciatura ou ter atuado em mediações, creches, etc. Eu mesma já fiz trabalho voluntário em creche e já fui Au pair, então, o trabalho com os alunos não chega a ser grande novidade.

O salário é baixo devido à formação exigida e só temos direito à auxílio transporte e vale alimentação de R$12,00 ao dia e não temos direito à enquadramento 🙁(aumento no salário devido à formação superior). Também temos direito à plano de saúde ASSIM mas é optativo: desconta-se cerca de 2% do nosso salário caso optemos por filiar. Temos todos os direitos de um servidor do município do Rio de Janeiro: recebemos férias, décimo terceiro, contribuímos com a Previdência e temos a estabilidade do servidor após três anos de estágio probatório. O concurso foi realizado em 2014 e só em 2016 a prefeitura foi obrigada, por determinação judicial, a convocar os 150 primeiros aprovados. Em fevereiro de 2017 o Prefeito Marcelo Crivella convocou mais 300 agentes pra posse, e foi nessa leva que tomei posse. A prefeitura ainda disse que iria convocar em Abril de 2017 mais 900 agentes, mas até hoje nada.

Este cargo foi criado pelo vereador Paulo Messina, que atualmente é Presidente da Comissão de Educação da Câmara do Município e queria botar em prática o estabelecido na Declaração de Salamanca, realizada na Espanha, na década de 1990. Esta Convenção estabeleceu as diretrizes pra inclusão da criança com deficiência na escola e, mesmo com todos os problemas, a prefeitura do RJ ainda é um referencial. Acontece que as escolas particulares não tem essa iniciativa de inclusão do portador de necessidades especiais e por lei, toda criança especial é obrigada a estar matriculada em algum colégio.

Nós agentes de apoio à educação especial damos suporte à essas crianças em vários sentidos: ajudamos com a alimentação, higiene, integração no espaço escolar e com os deveres elaborados pelos professores. Nós não temos como obrigação "criar" tarefas para os alunos incluídos, elas devem ser realizadas pelo professor responsável e nós ajudamos a executar, mas claro que ideias são sempre bem vindas pois acho que não há problema algum sugerir coisas que são para o bem estar do aluno.


Claro que nem tudo são flores: existem alunos difíceis, violentos e até alguns pais são difíceis de se lidar também. No entanto, mais de 90% dos alunos incluídos são amorosos e seus pais são excelentes, então, é muito gratificante. Neste ano conheci mães excepcionais, histórias lindas de superação e hoje tenho uma profissão que me orgulho muito. Amo ser Agente de Apoio à Educação Especial e o único problema é a baixa remuneração. Tirando isto, é uma profissão muito gratificante 💗

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