quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Site "Meu patrocínio" x Prostituição

Recentemente tem falado-se muito nas redes sociais, principalmente no Facebook, sobre o site "Meu patrocínio", cujo objetivo é unir casais no maior estilo "par perfeito", porém, um detalhe chama bastante atenção: o site claramente expõe que o objetivo maior é unir mulheres que procuram um homem de boas condições financeiras pra mimá-las. Sim, é um tema polêmico, e se você ainda não ouviu falar deste site, bem vindo a 2016.

Nesse pouco tempo de casados eu pude notar que dificilmente fugimos a nossa natureza. Eu, como mulher cisgênero, amo vivenciar as coisas que são classificadas como tipicamente femininas: cuidados com a casa, "cuidar" do marido, cozinhar, gosto de ser feminina, mesmo não sabendo me arrumar muito bem, enfim. Amo essa vida "tradicional", adoro a sensação de proteção que sinto ao colocar a cabeça no peito do meu marido quando deitamos... Enfim, amo ser mulher! 

Isto quer dizer que sou conservadora e sou dona da razão? Não! Não me considero uma pessoa conservadora pois acredito que não é só porque eu gosto, o mundo precisa gostar. Eu, sinceramente, não curto a ideia do site meu patrocínio, pois acho que isto faz as pessoas buscarem um objetivo que a limita, que a torna dependente de outra. Não estou mencionando "homem" "mulher". Estou mencionando pessoas. Isto porque o site já se pronunciou dizendo que haverá a versão gay, onde uma pessoa busca alguém para sustentá-lo da mesma maneira. Eu amo a vida doméstica, mas não sinto vontade de ser dona de casa, isso já me tira da vida conversadora, né nom?

Thainá, você odeia donas de casa? Óbvio que não, até porque sou uma. Ter uma profissão não exclui a mulher de ser dona de casa, porque, pra mim, ser dona de casa é um estado de espírito. Não se trata de gostar de varrer casa, pra mim, é gostar do seu lar. Eu AMO minha casa, amo ter um cantinho onde eu possa deixar do jeitinho que sempre sonhei. Não entendo (mas respeito) a cabeça de pessoas que preferem investir em outras coisas sem ser seu lar, pois, penso sempre que depois de um dia estressante, o que mais prezo é obter um conforto, que só encontro no aconchego da minha casinha.

Site Meu Patrocínio

Mas voltando a falar do site Meu patrocínio. A ideia de buscar alguém pautada nos interesses financeiros é ruim pra mim, mas faço algumas ressalvas. Primeiramente: muitas pessoas já fazem isto naturalmente, sem a ideia de um site que apenas facilita. Não sejamos hipócritas. Segundo que não posso nem devo julgar ninguém: além de eu não ser uma pessoa perfeita, a vida dos outros não me diz respeito enquanto não me afetar. De certa forma, tudo que o outro faz e não prejudica ninguém, não é de nossa conta, por isto não considero errado participar de algo nesse molde, só acho que é algo que não quero pra mim.

O simples fato de eu não querer isto pra mim já implica consequências fortíssimas, pois tudo que optamos na vida tem uma consequência. Assim, não posso presumir que minha vida é melhor do que àquelas que se inscrevem nesse site. Sou uma pessoa que gosta de viver bem com meu marido, nos moldes mais comuns, porém, não excluo uma experiência diferente, nem um estilo de vida alternativo, nunca sabemos o dia de amanhã...

Enfim, só fiz este texto pra dizer que sempre que julgar uma conduta errada, pense se ela realmente afeta sua vida, ou de outra pessoa. Se não, não é de sua conta, apenas respeite. Beijos, Thainá.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A superioridade da mulher casada e da maternidade

Resolvi escrever sobre isto após me deparar com esse meme no Facebook:


Traduzindo: criou-se este meme porque acham que só quem é agraciada pela maternidade tem 100% de seu tempo ocupado, e quem não tem filhos vive no ócio.

Pra começar: muitos aqui sabem que já fui Au pair (babá) e tomava conta de 4 crianças... QUATRO crianças. Além disto, eu ainda tinha que "manter" a casa arrumada, porque a mãe destas crianças achava que era possível ter um sofá de veludo branco com QUATRO (sim, quatro!) crianças dentro de casa + um cãozinho.

Até aí tudo bem, eu era paga pra isto, não fazia mais que minha obrigação. Mas desde quando cuidar de seus próprios filhos virou favor? A mulher vai lá, tem filho, e fica se vangloriando em rede social por cuidar deles. Minha filha, você está fazendo o que é obrigação sua e do pai da criança, apenas isto.

Criar filhos não é fácil, com certeza, mas sabe que mais não é fácil? Pegar 3 conduções lotadas até o trabalho, acordar às 4:00h da manhã para realizar trabalhos braçais, agropecuários, construção civil, etc. Sabe que mais não é fácil? Fazer tudo isto e no final ter que ir para a faculdade que você não pode fazer durante o dia pois precisa de dinheiro pra pagá-la. Chegar em casa e ainda ter que preparar janta quando já queria estar dormindo pra fazer tudo novamente no dia seguinte.

Uma das coisas que mais me incomodam são pessoas que diminuem as "lutas" das outras. Cada pessoa tem seu tempo, sua história, seu ritmo e só ela mesma sabe pelo que já passou. Não ache que, só porque pôs um filho no mundo, você é melhor que alguém. O mesmo vale pra quem é casada. Ás vezes comento com amigas solteiras que o casamento é diferente do namoro, mas evito porque não quero parecer estar diminuindo alguém. Saliento que é diferente, mas não julgo ser melhor nem pior.

Você sabia que se gabar por ser mãe e cuidar de seus filhos fomenta atitudes machistas? Uma das raízes de uma sociedade machista é acreditar que a mulher só é completa ao ter um marido e filhos ao lado. Este tipo de pensamento é totalmente retrógrado e oprime a liberdade da mulher de uma maneira que podemos ver na prática. Quem solteiro/ sem filhos nunca se sentiu ofendido com estes discursos que nos faz acreditar ter uma vida fácil somente por não ter cria/ marido? Minha irmã é enfermeira e rala muito mais que algumas mães que conheço. Ela faz plantão na madrugada com vários doentes sob sua responsabilidade, enquanto vejo algumas mães postando foto tomando banho de piscina com o filho. Não estou condenando quem se diverte com seus filhos e sim as chatas de plantão que se fazem de vítima de uma situação que foi escolhida. E nem vem com papo de que "não sei porque não tenho filhos". 

Não seja esta pessoa ;)

Beijos, Thainá.