sábado, 26 de novembro de 2016

5 mitos sobre Fidel Castro e Cuba

Hoje é um dia triste para os ideais socialistas, nosso eterno comandante Fidel Castro se foi e deixou seu nome na história e na cultura Cubana. Mas além da dor da perda, ainda temos que lidar com a ignorância de grupos reacionários que deturpam seus ideais.

Ainda que você tenha preferência por um sistema econômico diferente do Cubano, tenha ao menos a decência de respeitar o nome de Castro, que revolucionou ao não prostituir seu país ao interesses Estadunidenses (já não podemos dizer o mesmo do Brasil).


Abaixo, alguns mitos e verdades sobre Fidel Castro e Cuba:

  • Fidel Castro era homofóbico? Eu sou totalmente contra a homofobia e sei que ela não se limita à violência direta mas também está contida em discursos travestidos de opinião. Não aceito de jeito nenhum, mas entendo que no passado a cultura era homofóbica e sendo assim, relevo casos onde a homofobia é perpetrada por um idoso. Fidel Castro pode ter se posicionado homofobicamente no passado mas já se declarou na década de noventa pedindo desculpas aos homossexuais. O curioso que a maioria das pessoas que dizem que Fidel era homofóbico são homofóbicas: não estão nem aí pra comunidade LGBT, só querem difamar Fidel. Hipocrisia define!! A sobrinha de Fidel Castro, Mariela Castro, é, atualmente, militante na causa gay;
  • Fidel Castro era ditador? Fidel concentrou os poderes nas mãos dos trabalhadores impedindo privatizações e intervenções norte-americanas na economia. O conceito de ditadura e democracia são muito frágeis diante do que vivemos então é bom estudar um pouco e principalmente observar a vida prática antes de soltar esse tipo de acusação. Aqui no Brasil por exemplo achamos que vivemos numa democracia, mas atualmente passaram por cima de nossos votos colocando um presidente golpista no poder, então, é bom refletir. Uma bom meio de pensar nisto é observar o que temos em relação a "liberdade de expressão". Você acha possível noticiar qualquer tipo de coisa aqui no Brasil? Você não acha que deve haver um filtro que impeça propagação de notícias falsas e discursos de ódio? 
  • Cubanos fogem para os EUA? Estar insatisfeito com seu país não é exclusividade cubana. Quantos brasileiros você conhece que sonham em emigrar? E o Brasil é um país capitalista.!! Cuba não é um país perfeito mas dedica-se a investir no que realmente importa: Educação e Saúde;
  • Há racionamento de comida em Cuba? NÃO!! Em Cuba as pessoas têm acesso a alimentação gratuita e esta sim é racionada, porém, caso queiram adquirir um pouco mais, paga-se por isso. O que há de anormal nisto? Nada!
  • Cuba é um país perfeito? Não. Não existem países perfeitos. Até as nações mais desenvolvidas como as do norte europeu possuem problemas (se não em seu país, nos países que exploraram). No entanto Cuba é um local com acesso gratuito a educação e saúde. É considerada a nação com mais pessoas estudiosas e cultas, menor desigualdade de gênero e modelos educacionais mais desenvolvidos. A taxa de analfabetismo é zero, assim como a de crianças moradoras de rua. Cuba é considerado o melhor país da América Latina para mulheres e crianças viverem, e a comida distribuída gratuitamente é de acordo com as demandas de cada família (onde moram pessoas doentes é distribuído de acordo com dieta adequada). Todos que vão a Cuba conseguem perceber que há tratamento igualitário entre todos os profissionais, sendo o gari tratado com o mesmo respeito que o advogado;

Existem somente dois tipos de pessoa no Brasil atualmente, as que estudam História e as que consomem a mídia. É lógico que o imperialismo norte-americano faz de tudo pra distorcer o que sabemos sobre a vida em Cuba mas Fidel Castro já fez seu nome na história, e como ele mesmo disse, condenaram-o, mas a História o absolverá ✊ #HastaSiempreComandante

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Temer/ Geddel/ Calero: Entenda o caso

Hoje de manhã fui surpreendida por uma notícia quente a respeito de nosso presidente golpista Michel Temer

Seu Ministro Geddel Vieira Lima "pediu demissão" nesta sexta-feira após tornar-se público o fato de que Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, foi coagido a autorizar uma obra de um prédio de 30 andares numa região historicamente protegida em Salvador. Michel Temer e Geddel foram os responsáveis por tal intimidação. Isto configura crime de tráfico de influência.

O Tráfico de Influência é qualquer crime contra a administração pública em que, quem comete, obtém vantagem para si, através de coação ou ajuda de funcionário público, por exemplo.

Lembre-se que nosso ex-presidente Lula responde por este crime em favor da Odebrecht, quando liberou verba pra empreiteira, na surdina, através do BNDES. Sim, tecemos críticas a Lula quando necessário pois somos a favor da justiça.

Nós da esquerda nem sempre apoiamos Lula. Muitos são críticos ao governo PT acusando-o de se afastar dos reais pilares da esquerda, muitos optaram por Dilma por achar os outros candidatos piores e muitos, como eu, queriam alternância no poder (mas tivemos que optar por Dilma no segundo turno pois "tucanos" são inviáveis).

Mas criticar o governo Lula não torna o de Temer melhor. É inquestionável que se o que está ocorrendo fosse com nossa presidenta eleita Dilma, já teriam pessoas nas ruas batendo panela e xingando-a de todos os nomes.

Quis deixar registrado isto para que não digam que todos na esquerda são "petistas" e nem que não olhamos nosso próprio rabo. Isso a gente deixa pra direita de Michel Temer, que hoje está mais silenciosa do que nunca. Vamos bater panela povo!!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Direitos Humanos (Esquerda) defendem "bandidos"?

Existe um pensamento infundado de que quem se posiciona politicamente à esquerda do conservadorismo, necessariamente, defende criminosos.

Vamos começar do início: a lei brasileira caminha para uma maior "suavização" de penas e multas em caso de criminalidade, isto já é uma tendência legislativa e você vai entender o porquê: acontece que máquina carcerária brasileira já está saturada e o principal objetivo, que é a ressocialização, tornou-se impossível na maior parte dos presídios. Isto também acontece pra criar brechas que possibilitem criminosos de maior poder aquisitivo (como políticos, por exemplo) de continuar cometendo seus crimes. Vergonha né?

Mas esta "suavização" não ocorre só no Brasil: a tendência mundial é que todos são inocentes até que se prove o contrário. Quando este fenômeno ocorre pra beneficiar quem não merece nós devemos sim nos indignar mas não é sempre que isto acontece.

O princípio de que todos são inocentes até se prove o contrário advém da ideia de que, é melhor um criminoso solto do que um inocente preso, pois o criminoso pode mudar, deixar de cometer crimes, mas um inocente preso nunca terá seu tempo perdido recuperado, nem mediante indenizações, será um trauma eterno na vida da pessoa.

A própria história nos mostra que políticas de tolerância zero aliadas à práticas violentas causaram mais prejuízos que benefícios; o holocausto judeu na Alemanha nazista é um bom exemplo disso, e a partir dele criou-se a ideia de Direitos Humanos.

Os Direitos Humanos são princípios que permeiam nossa lei e nossa cultura, mas infelizmente usam de má fé pra difundi-los. Eu, particularmente, acho que todos devem pagar pelo mal que cometem, mas infelizmente quando pensam nisso só se lembram do pobre e negro que bate carteira. Dificilmente você vê alguém pedir linchamento de empresário explorador, de playboyzinho que bate na namorada, de amigo que estupra a própria esposa... enfim... toda a atual esquerda é contra esta injustiça que fecha os olhos para os bandidos "ricos". Daí quando defendemos que um pobre e negro tenha uma pena justa, dá a entender alguma espécie de defesa anulatória de pena. Não é!

A verdade que os trabalhadores do poder judiciário, se praticarem o que aprendeu, vão saber que justiça é diferente de vingança e não passamos mais de cinco anos numa faculdade de Direito pra qualquer pessoa achar que sabe o que está fazendo. Existe uma lei, um estudo e principalmente uma Constituição que deve ser respeitada, uma Constituição que proíbe justiça com as próprias mãos.

Além disto, não é razoável que se mate uma pessoa por um crime de furto, por exemplo, pois a realidade socio-cultural influencia demais nesse tipo de crime. Sei que existem ladrões que vivem em boas condições e mesmo assim praticam barbaridades, no entanto, estou falando daqueles que por uma dificuldade prestou-se ao crime. Se notarem, todos os países que investem em educação fortemente apresentam baixas taxas de criminalidade, isto porque é mais do que claro que o ambiente influencia sim a conduta de uma pessoa.

Enfim, deixem a justiça para que os próprios profissionais executem e lembrem-se: A esquerda não defende bandido, a esquerda defende que TODOS paguem pela mesma maneira, sem injustiças ou brechas que beneficiem ricos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Livro: Depois dos Quinze - Quando tudo começou (Bruna Vieira)


No post de hoje vou compartilhar com vocês uma resenha do livro da blogueira e escritora Bruna Vieira (Depois dos Quinze).

A linda já lançou 4 livros ("Depois dos Quinze - Quando tudo começou a mudar" (2012), "De Volta aos Quinze" (2013), "A menina que colecionava Borboletas" (2014) e o "De volta aos Sonhos" (também em 2014) ) e ainda mais um em conjunto com outras autoras.

Sempre admirei o profissionalismo da Bruna Vieira e embora não acompanhe tanto seu blog (pois é escrito para um público adolescente), sigo-a em todas as redes sociais pois me inspira como pessoa. Penso que muitas mães possam ter dúvidas quanto ao livro para permitir que seus filhos leiam, mas fiquem tranquilas pois é um livro muito fofo super adequado a idade. Não fala nada de sexo explícito, política, violência nem nenhum outro tema polêmico que queremos manter distante de nossa família.

Além de estimular a leitura dos mais jovens ainda quebra esse paradigma de que livro de Youtuber é fútil. Sei que ultimamente muitos sentem que no Youtube só há besteiras e youtubers fúteis, mas não é não, basta pesquisar, no Youtube e na blogosfera há muita gente inteligente compartilhando o que sabe e até no que alguns veem besteira há entretenimento.

O Livro é dividido em duas partes: A primeira é repleta de contos de apenas uma folha, estorinhas bem curtinhas, que todo mundo com boa memória sobre sua adolescência vai lembrar. A segunda parte do livro é com algumas estórias mais longas, mas nada de cansativo, são apenas divagações em meio à ficção que, novamente, todo adolescente irá se identificar.

Eu comprei este livro pra apoiar o trabalho da Bruna mas também porque estou cansada de assuntos pesados, política, brigas online que não levam ninguém a nada. Queria ver/ ler algo diferente e apartidário sobre qualquer assunto.

Enfim, é um livro fofo, totalmente voltado pro público adolescente mas que se revela uma boa surpresa pro público adulto. Beijos, Thainá.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Trabalho no Mundo Contemporâneo - A História do Trabalho no Brasil

Anteriormente postei aqui neste blog dois textos com a temática do Trabalho ao longo da História (ou Trabalho no Mundo Contemporâneo) num aspecto amplo, mundial. Confiram aqui e aqui.

Hoje quero dividir com vocês alguns conhecimentos a cerca do trabalho e da industrialização especificamente no Brasil.


O trabalho rural (agropecuário) sempre foi forte no Brasil até a década de 1930. No cenário mundial, percebia-se a crise iniciada nos EUA por conta da Quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, bem como uma Europa se recuperando no pós guerra e com pouco dinheiro disponível. No Brasil, a Revolução de 1930 fez os governos locais (estaduais e municipais) perderam força centralizando-se no governo federal.

Isto implicou na aceleração da industrialização e aumento do fluxo migratório campo ==> cidade. Getúlio Vargas inicia seu governo fazendo concessões ao setor cafeeiro e investindo em setores de base, como o siderúrgico, por exemplo. A modernização era visível e Vargas concentrava cada dia mais poder em suas mãos.

No cenário mundial, graças as crises iniciadas na década de 1930, os sindicatos e setores trabalhistas fervilhavam conquistando o apoio de trabalhadores: o socialismo, através de partidos comunistas, começou a ganhar voz e no Brasil nasceu o "Getulismo".

Diante do crescimento das demandas trabalhistas e setores industriais, Getúlio Vargas objetivava conquistar apoio da população: criou assim a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio de 1943: um compilado de leis, usado até nos dias de hoje, discriminando direitos e deveres dos trabalhadores.

Era consenso que patrões e empregados possuem uma distância enorme. Entre outras palavras, até hoje notamos como o trabalhador se sente impotente diante do poder de seus chefes. Dessa maneira a Justiça do Trabalho se firmou como órgão de suma importância pra assegurar os direitos dos trabalhadores.

No Direito trabalhista, a figura da Tutela é a proteção estatal para que não haja total liberdade negocial entre patrões e empregados, de modo que deve-se obedecer o previsto em lei. Ainda que haja consenso entre ambas as partes, o estado entende que são partes desiguais, visto que a patrões podem chantagear, manipular e explorar seus trabalhadores em situações de Hipossuficiência.

Ocorre que, em períodos de altíssimas taxas de desemprego, falta de compradores e importadores, muitas empresas tentam flexibilizar os direitos dos trabalhadores para que não haja prejuízo. Isso faz com que setores da esquerda se sintam desrespeitados já que almeja-se poder nas mãos dos trabalhadores. Como lidar em casos assim? Deve-se colocar o acordado acima da lei?

Tal situação fez com que fábricas mudem-se de país em país, buscando sempre se estabelecer onde a lei trabalhista é liberal. Assim é nomeada a Flexibilização Geográfica.

Nos países considerados "primeiro mundo" é comum que  a população trabalhadora ativa no setores primários (agropecuária e criação de animais) seja menor em comparação a países subdesenvolvidos. Mas isto acontece não por falta de fazendas e colheitas mas sim pelo excesso de maquinário no lugar de gente. Como consequência disto a população economicamente ativa tende a diminuir, pelo menos no campo.

No Brasil e no mundo o medo é que esse avanço tecnológico afete outros setores também. Os trabalhadores bancários, por exemplo, estão perdendo espaços para máquinas de auto atendimento. Sendo assim podemos admitir a existência de três tipos de desemprego:

  • Desemprego Friccional: Aquele mais comumente conhecido, em ocasiões simples onde uma empresa necessita de um funcionário específico para determinada tarefa, mas ainda não o possui;
  • Desemprego Conjuntural: São aquelas demissões em massa decorrentes de crises financeiras, como em períodos de chuva prejudicial à colheitas, por exemplo. Tendem a ser temporários e flutuam entre altos e baixos nas sociedades;
  • Desemprego Estrutural: É a verdadeira extinção de vagas de trabalho. O mais comum é ocorrerem por avanço tecnológico;

Como consequência do desemprego estrutural vende-se a falsa ideia de empregabilidade, que é o pensamento de que se uma pessoa está desempregada a culpa é da falta de profissionalização dela, e não das falhas no mercado de trabalho. Alguns defendem até a redução da jornada de trabalho comum no Brasil (40 - 44 horas semanais) como meio de aumentar a oferta de vagas de trabalho. Esta seria mais uma maneira de flexibilizar leis trabalhistas.


Privatizações, terceirizações e parcerias

Na década de 1990 o Brasil entrou na onda das privatizações de empresas antes estatais, como a Usiminas, a Vale do Rio Doce, etc. A desculpa para tantas vendas foram que o serviço público e estabilidade dos funcionários geravam comodidade e queda na qualidade dos serviços. Ocorre que muitas das empresas privatizadas mostraram ao longo do tempo a mesmíssima prestação de serviço. Um exemplo é o antigo BANERJ que foi comprado pelo Itaú: as filas e o atendimento lento diminuíram? Não!

Outro fenômeno bastante usado e fortalecido pelas parcerias público-privadas foram as terceirizações. Se antes todos os funcionários de uma empresa (empregados produtores, serviços de limpeza, serviços de alimentação) eram representados por um único sindicato passaram a ser representados por uma empresa diferente que terceiriza seu serviço. Isto enfraquece o aspecto unitivo dos empregados dificultando greves e protestos em casos de abuso. Ocorre assim o fenômeno conhecido como Reestruturação Produtiva. De certa forma a terceirização contribuiu para a queda nos salários dos funcionários eis que é preciso pagar a empresa terceirizadora.

Algumas empresas apelam atualmente para a produção flexível: seus funcionários trabalham de acordo com a demanda de encomendas e em certas épocas trabalham mais ou menos, de acordo com seus bancos de horas. Os desejos dos clientes tornam-se norte para a produção e a Qualidade Total o principal lema da empresa.

Essa filosofia é falha no momento que só cobra do empregado o dito empenho, eis que ele precisa de um ambiente favorável a criação. O correto seria o empregador proporcionar os meios para conforto e criação impecável, e também estender-se aos outros funcionários, já que a uma produção não depende de uma única pessoa.


Economia Solidária

Atualmente com o crescimento do desemprego estrutural notamos uma certa iniciativa para evitar as pessoas no olho da rua, que seriam o tomamento de empresas falindo por seus funcionários. As cooperativas de trabalhadores unidos em serviços igualitários crescem cada dia mais como maneira de manter-se ativo, consequentemente manter tais vagas.

As pessoas sentem que sindicatos não são mais capazes de manter seus empregos pois a extinção de vagas de trabalho tem ocorrido com o avanço tecnológico. Hoje em dia no Brasil cresceu bastante o número de empresas tocadas pelos próprios trabalhadores e apenas 5% delas é limitada a consumo dos próprios operários.

Um dos pontos fortes da economia solidária é a recuperação de empresas falidas, a maior parte delas concentra-se no nordeste brasileiro, região super atacada pelo desemprego.



Referências bibliográficas:

1. DELGADO, Maurício Goldinho. Capitalismo, trabalho e emprego. São Paulo: LTR, 2005.
2. MARRAS, Jean Pierre. Relações trabalhistas no Brasil. São Paulo: Futura.
3. PINTO, Bernadete E. de Rosa. A flexibilização das relações de trabalho. São Paulo: LTR, 2005.