domingo, 23 de outubro de 2016

A irresponsabilidade de se compartilhar certas informações

Queria deixar claro que aqui na Internet deveria ser como na TV num aspecto: sou a favor de um certo tipo de censura. Não sou ditadora nem contra a liberdade de expressão, mas devíamos nos questionar antes de se compartilhar certas coisas e poderia haver uma espécie de filtro pra publicações no Youtube e em outras redes sociais.

Dia destes estava assistindo um vídeo de um professor e fiquei um pouco decepcionada com o que ele compartilhou. Infelizmente terei que mencionar o que foi falado para vocês entenderem bem o que quero dizer.

Este professor estava dissertando sobre o consumo de água no Brasil e economia, coisa que sempre fui a favor pois sou contra desperdícios. Ele disse que "nós devemos sim economizar água em nossas atividades diárias mas que o maior desperdício ocorre por parte de grandes indústrias e setores rurais".

Por que devemos filtrar nossas palavras?
Embora esta afirmação seja verdade acredito que seja irresponsável compartilhar este tipo de informação publicamente pois muitos dos que não economizam água utilizam-se deste argumento para continuar desperdiçando.

Quando falamos ou escrevemos qualquer coisa nossas ideias ficam evidentes após o "mas". Seria a mesma coisa se eu dissesse, por exemplo: "_Não tenho nada contra os gays, mas acho que eles deviam se relacionar somente entre quatro paredes". Este tipo de afirmação demonstra que, por mais que você se esforce pra não demonstrar homofobia, você é homofóbico.

Devemos filtrar o que compartilhamos sempre!! Até dentro da política e da militância virtual têm ocorrido muita coisa desnecessária. Muitos postam seus pontos de vista somente para chocar, chamar atenção e quando nos perguntamos qual foi o propósito daquela postagem, não sabemos responder. Quando sabemos, concluímos que não é a melhor maneira para aquele propósito. Uma das razões pelas quais criei este blog não é só pra divulgar a militância, mas pra apresentá-la a quem não conhece.

Quando compartilhamos informações de forma irresponsável, estamos nos igualando a reacionários preconceituosos que acham que ofender um gay, transsexual, lésbica, negro, deficiente físico, etc, é apenas liberdade de expressão.

Ser contra a simples existência de alguém, existência esta que em nada afeta você ou seu meio, é preconceito e isto não deve ser compartilhado, incentivado e aplaudido de maneira alguma. Compartilhar informações irresponsáveis não é certo e toda vez que postamos algo ou comentamos devemos nos questionar: Isto ofende alguém? O que acrescenta na sociedade? É importante de alguma maneira? É mesmo necessário? Daí sim vale a pena opinar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Você sabe o que é Feminicidio e Cultura do Estupro?

Feminicídio é o ato de tirar a vida de uma mulher somente por ela ser mulher, somente por características associadas socialmente às mulheres. Nossa sociedade machista e patriarcal muitas vezes induziu comportamentos que nos levassem a enxergar a mulher como propriedade do homem, logo, o feminicidio é a violência contra a mulher nas condições de submissão, em situações que dela era esperado um comportamento dito como "feminino".

Na nossa legislação não existe um crime definido como "feminicídio" mas nos crimes de homicídios motivados por machismo, sentimento de posse, passionalismo de homens para com as mulheres, entende-se que é possível rolar um aumento de pena, por exemplo. Isso depende de cada juiz ao aplicar a pena.

Provas de que a Cultura do Estupro existe
Jovem argentina de apenas 16 anos, drogada, estuprada e torturada até a morte por 16 homens

Uma jovem de apenas 16 anos foi drogada e estuprada na Argentina neste último sábado, dia 15 de outubro. A crueldade como este crime bárbaro ocorreu é o que chamou atenção: 16 homens a estupraram e enfiaram em seu ânus uma estaca de madeira, percorrendo-lhe o corpo. Sim, em pleno século XXI uma jovem foi empalada. Não existem palavras pra descrever o que é o medo e a dor de uma mulher que sofreu isto :(

No nosso país existe uma Cultura do Estupro. Embora muitos digam que estupradores são altamente repudiados na nossa sociedade (o que de fato ocorre), muitos comportamentos que levam a um abuso são incentivados. A pornografia violenta, a infantilização de mulheres adultas e a "adultização" de jovens adolescentes, a exigência de uma aparência feminina cada vez mais infantil, a culpabilização da vítima nos casos de violência, tudo isto contribui diretamente para a cultura do estupro.

No Brasil (e no mundo, talvez) a Cultura do Estupro é basicamente o entendimento de que a mulher "pede" para ser estuprada. Isto é bem claro nos portais de notícias quando há alguma nota sobre um determinado caso e pessoas usam de comentários para apaziguar o comportamento violento do estuprador. O exemplo mais clássico é quando a estuprada é uma mulher em ambiente hostil, tarde da noite, embriagada ou usando roupas curtas. Sempre relativizam a conduta do homem que errou, sempre tentam culpar a mulher.

Entendam: Nenhuma mulher merece ser estuprada! Nenhuma mulher "pede" por isto. Ainda que ela tenha combinado uma "festinha particular" com 30 pessoas, a partir do momento que ela pede pra parar, todos devem ouvir.

Sabe o que nos deixa mais triste (em relação ao estupro ocorrido aqui o Brasil)? É que em solidariedade a jovem violentada várias de nós colocamos aquele filtro "Eu Quero o fim da cultura do estupro" e grupos reacionários, sarcasticamente, colocaram "Eu quero o fim do feminismo". Ou seja, ao invés de lutarem contra essa violência bárbara, acham mais importante acabar com um movimento social que só ajuda as pessoas. Pra mim, quem faz isto é igual ou pior que um estuprador.

As mulheres na Argentina estão se unindo fortemente numa greve geral e indo às ruas, vestidas de preto, em luto pelo ocorrido. Espero que aqui no Brasil não precise ocorrer o mesmo para que muitos e muitas parem de deturpar o feminismo, o único movimento realmente envolvido na bandeira anti-violência contra nós mulheres.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Você não é o que você tem

Estava conversando com uma amiga dia destes e embora ela tenha opiniões e ideologias muito diferente das minhas, ela se expressa bem e tem facilidade pra tocar em assuntos que nos rodeiam. 

Nós que nascemos na década de 1980 pra frente fomos educadas pra sermos lindas menininhas além do rostinho bonito (sabe a expressão: não sou só um rostinho bonito? então...).

Claro que nas camadas mais pobres da sociedade isto pode não ter ocorrido tanto, mas nos lares de classe média ou classe média baixa, foi comum sermos cobrada profissionalmente. Eu cresci ouvindo dos meus pais e até outros adultos de minha família coisas como: _Estude, trabalhe, não dependa de ninguém. Não acho que este conselho seja ruim, se eu tiver uma filha, provavelmente orientarei no mesmo sentido, contudo, crescemos dependente do capital. Crescemos incentivadas a consumir cada dia mais e com a publicidade e o marketing agindo com agressividade.

Quem de nós não chegou aos 30 e viu os amigos com filhos, casa própria, carro zero, etc e se sentiu um fracasso? Quando há reuniõeszinhas de amigos do colegial é um disputa de ego infindável. A gente fica limitada achando que por não obtermos sucesso profissional, somos a vergonha da nossa família. O que nos conforta é que isto tem sido muito comum com pessoas de nossa idade.

Neste momento ocorre uma crise mundial no mercado de trabalho. A revolução industrial, o avanço da tecnologia e da internet contribuiu demais para que caísse o número de vagas de emprego e os jovens inexperientes são os que mais sofrem com isso. Em certos países, como aqui por exemplo, os mais velhos também sofrem com o preconceito em relação a idade e aparência.

Daí sempre quem paga o pato somos nós, que somos cobradas pelo modelo perfeito de funcionária, mas nos falta vaga, incentivo, espaço. As que são mães são as que mais sofrem: exige-se que trabalhe como uma mulher sem filhos e que seja mãe como se não trabalhasse. Falta espaço para suas crianças nas universidades e nos ambientes de trabalho. Falta espaço para suas demandas na vida!

Não devemos nos culpar 100% pela falta de oportunidades boas de emprego. Claro que devemos investir em educação e profisisonalização, mas não somos o que trabalhamos. A gente sempre é importante pra alguém a nossa volta só que o dia a dia não nos deixa perceber.

Muitas pessoas buscam esse valor e esse conforto na religião. Esta minha amiga inclusive culpa o feminismo, e isto não deixa de ser um ponto de vista. Sob o meu, o capitalismo e a vaidade humana são os responsáveis. Independentemente do que realmente seja, sempre lembre do seu valor para seus pais, amigos, filhos. Você é mais do que acredita ;)

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Trabalho no Mundo Contemporâneo - parte 2

Esta postagem é uma continuação da primeira (veja aqui) onde eu resumi alguns pontos importantes sobre as relações de trabalho ao longo do tempo. Naquele dia não pude continuar, mas hoje vim concluir alguns pontos de destaque.

Nós conseguimos perceber que a alternância de poder e de modelos econômicos é muito importante pois como falei na postagem anterior, todos têm falhas e tendem a saturar-se.


O Neoliberalismo

Foi instaurada a ideia de bem estar social, onde o empregado obteve mais direitos e conforto. Contudo, isto gerou uma certa comodidade e lentidão no progresso, de acordo com alguns governantes da época. Entrou aí em cena o Neoliberalismo.

Margareth Thactcher no Reino Unido e Rolnald Reagan nos EUA assumiram o poder na década de 1980 e foram nomes importantes nesse sistema econômico. Ambos defendiam a liberdade das relações econômicas e a ausência do Estado nas relações trabalhistas. Entendiam que assim incentivariam os trabalhadores mais esforçados e fariam a máquina econômica crescer.

Suas propostas eram basicamente: menos aposentadoria pública (de preferência, sua privatização), menos auxílios trabalhistas no geral, bem como a privatização de empresas e serviços.

A queda da União Soviética contribui para que o neoliberalismo ganhasse popularidade na época. Ideais competitivos assim se popularizavam. Mas este modelo não pôde continuar pra sempre e até hoje vemos reflexos positivos, mas também negativos.

Algumas críticas ao liberalismo econômico e ao neoliberalismo são baseadas na crueldade e desumanidade que pode ocorrer ao não levar em conta o bem estar dos menos favorecidos. Embora deva-se valorizar o esforço do trabalhador empenhado, garantir conforto aos outros trabalhadores também é de suma importância para que não haja crescimento da violência, roubos, desigualdade social, etc.

Nem todos os trabalhadores rendem da mesma maneira, mas dos que não rendem, nem sempre é por falta de empenho. As condições de oportunidades pra cada pessoa deve ser levada em conta ao comparar-se ritmo de trabalho. Esta é uma das maiores críticas ao liberalismo econômico.


O Empreendedorismo

Atualmente a taxa de desemprego é grande na Europa e os mais jovens são os que sentem com mais força. Existe uma categoria conhecida como "inempregáveis" que são pessoas com pouca ou nenhuma qualificação profissional que não tem como investir num curso de profissionalização e/ou graduação. Isto também ocorre no Brasil e está cada dia mais comum, infelizmente. Diante da modernização das máquinas e robótica, a tendência é só piorar. Certos ramos já pararam de crescer, como o sistema bancário, por exemplo, dificultando a criação de novas vagas de emprego.

Deste modo despertou-se a ideia de criar uma alternativa de renda própria. O empreendedorismo é o conjunto de iniciativas nesse sentido. O SEBRAE - Serviço Brasileiro de apoio à pequena e microempresa - é uma instituição focada a ensinar e amparar esses pequenos empresários. Outro modo bastante popular de iniciativas de trabalho é a união por meio de cooperativas.

As cooperativas ocorrem por união de força de trabalho (conhecida vulgarmente como "coopergato") ou por união de "conhecimento", trabalho, entre pessoas com o mesmo nível intelectual, exercendo atividades similares. Este modelo mencionado é mais próximo das antigas tradições europeias do séc. XIX.

As pessoas da era contemporânea estão passando pelo desafio da criação de novas oportunidades de trabalho e em certos casos até voltando aos modelos mais antigos, onde a produção integral de certos bens era concentrado na mão de uma única pessoa. Assim é o mercado de trabalho, sempre modificando-se, com seus altos e baixos.


Espero que tenham gostado do texto e que estes resumos ajudem as pessoas que cursam esta disciplina na faculdade, bem como aos interessados em saber mais sobre relações de trabalho ao longo do tempo.

Referências bibliográficas:
1. DELGADO, Maurício Goldinho. Capitalismo, trabalho e emprego. São Paulo: LTR, 2005.
2. MARRAS, Jean Pierre. Relações trabalhistas no Brasil. São Paulo: Futura.
3. PINTO, Bernadete E. de Rosa. A flexibilização das relações de trabalho. São Paulo: LTR, 2005.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Historiografia Brasileira - resumo

Este período na faculdade estou estudando a disciplina "Historiografia Brasileira", que é o estudo de como a história foi montada ao longo do tempo, conhecendo seus métodos e historiadores.

Nem sempre a História foi contada e entendida como conhecemos nos dias atuais. Na época do Brasil Colônia não existia um estudo específico da disciplina e tudo que tornou-se história foi construído, muitas vezes, para outros fins. Exemplo disto são os relatos de viajantes, cronistas, etc. O primeiro documento considerado oficial neste sentido foi a carta de Pero Vaz de Caminha à Portugal, onde relatava os costumes das comunidades indígenas brasileiras, mas claro, sob um olhar europocêntrico.

Gregório de Matos Guerra inaugurou no séc XVIII uma forma de pensar diferente na época pois foi cronista de política na Bahia. Avaliou a sociedade brasileira sobre a óptica da escravidão e criticava sua estupidez. Também lançou críticas aos homens portugueses que buscavam usar das mulheres negras somente para sexo e satisfação pessoal;

A Historiografia brasileira só se consolidou como algo oficial com a criação do IHGB, mas antes mesmo disto tivemos contribuições de grande valia. Abaixo, alguns nomes e períodos importantes neste contexto historiográfico:

*André João Antonil: Italiano da Toscana, formou-se em Direito Civil e chegou ao Brasil com 32 anos de idade objetivando avaliar detalhadamente os homens que aqui viviam e as riquezas que o Brasil poderia oferecer a Portugal. Seu foco era o estudo das relações de senhores e escravos, principais atores de nossa economia. Teve parte de sua obra, Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas, destruída pela corte portuguesa pois queriam evitar o "olho grande" de outras nações europeias, já que eram expostos meios de trabalho e riquezas como ouro, tabaco, açúcar, etc. Sua obra foi reeditada somente no séc. XIX com detalhes sobre a produção destas iguarias. O autor conclui em sua obra a utilidade do Brasil para Portugal e demonstrou um caráter sensível ao descrever detalhadamente a produção no engenho e relatar características do empreendedorismo da época; também menciona a situação dos escravizados da época, mas sem tanta empatia, já que destaca a importância econômica de se manter o trabalho escravo;

*Luís dos Santos Vilhena: Foi um português que viveu em Salvador entre 1787 a 1814. Analisou a sociedade brasileira identificando a ordem social e a política estabelecida. Também analisava os impulsos por transformações sociais. Classificava Salvador como uma metrópole e constatou sua superpopulação;

*IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: Em outubro de 1838 é criado o IHGB graças a iniciativa de Januário da Cunha Barbosa e o brigadeiro Raimundo de Cunha Matos. A intelectualidade e profissionalização toma espaço e se firma com a necessidade de fontes, graças a influencia Alemã. É lançada Revista periódica publicando textos do período colonial, documentos do governo português (de quem recebe incentivos), mantendo um caráter conservador. Apesar de tudo, o IHGB não foi a primeira instituição voltada à dedicar-se a História. Em 1724 foi criada na Bahia Academia Brasílica dos Esquecidos e um de seus principais acadêmicos era Sebastião de Rocha Pita. Dividia o estudo da história em quatro partes: política, eclesiástica, militar e natural. Uma das coisas que influenciaram a criação do IHGB é a interferência européia que negava ao negro e o índio o protagonismo na História. Neste contexto estavam ocorrendo diversas revoltas, descentralizações, e no período regencial, estava a 10 anos sem um imperador de fato.

*John Armitage: Jovem inglês de 21 anos, frequentava círculos intelectuais e políticos ao lado de Bernardo Pereira de Vasconcelos, Diogo Antônio Feijó, José Custódio Dias, Rodrigues Torres, Teófilo Otoni, etc. Publicou "História do Brasil" em Londres e teve sua tradução feita por Evaristo da Veiga (de quem era amigo) supostamente. Não é certo quem traduziu, sendo atribuída tal façanha a Joaquim Teixeira de Macedo.

*Karl Von Martius: Em 1840 é proposto um concurso para quem apresentar melhor maneira de se escrever a história do Brasil e o alemão Karl Von Martius apresenta-se, ganhando. Natural da Baviera, era botânico em missão científica no Brasil a convite da princesa Leopoldina. Escreveu a obra Flora Brasiliensis, onde elenca milhares de espécies. Juntamente com seu parceiro de trabalho J. Von Spix, escreveram o que viram por aqui em notável livro publicado na Alemanha, "Viagem pelo Brasil", dividido em três volumes. Martius propôs na monografia vencedora do prêmio disposto pelo IHGB que a História do Brasil deveria não ater-se somente a questão política, mas também a vivência e dia a dia de seu povo. Chamava os índios de "raça cor de cobre". Enxergava a miscigenação como algo positivo à época.

*Francisco Adolfo de Varnhagen: Foi um historiador que não se focou na periodização linear da história, mas sim nas fontes documentais oficiais. Foi um grande compilador de documentos e realizou bem ao espírito do IHGB que tinha por meta a valorização da monarquia e da colonização portuguesa. Varnhagen entendia o Brasil como comandando por uma elite nacional branca, católica, que será a fiadora dos conceitos de "progresso", civilização e evolução;

*Capistrano de Abreu: Ficou conhecido como o Heródoto Brasileiro e seu cientificismo o fez reinterpretar a história brasileira dando destaque não mais ao Estado Imperial mas sim ao povo e sua formação étnica. Valorizou o conceito de "cultura" no lugar de "raça" (etnia) e por isso é considerado um precursor no trabalho de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. Capistrano de Abreu recuperou as ideias de Pe. Antonil e dos que se rebelaram durante o período colonial. No século XVII acabou a formação de um projeto de nação independente e para Capistrano mudou-se o sujeito da História do Brasil para o conquistador do sertão. Considerava que no interior há o predomínio do chamado "Mameluco", no litoral, dos negros africanos, no sul, dos brancos. Ele questionou a tradição fazendo uma crítica radical à memória brasileira. Capistrano almejou uma "unidade" brasileira.

Continua...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Identidade de Gênero e Transsexualidade

A ideia de Identidade de Gênero é uma boa razão para entendermos a necessidade de respeito a população transsexual no Brasil e no mundo. Todos tem algo no corpo que gostariam de mudar e isto não é negar sua natureza. Uma pessoa com dificuldade visual não está deixando de ser quem é ao usar óculos, logo, uma pessoa transsexual não está errada ao fazer pequenas modificações em seu corpo a fim de adequá-lo a como ela se sente de verdade de acordo com os padrões ocidentais.

Esta discussão tomou maior proporção ao cair numa questão de prova do ENEM, e isto não é doutrinação, foi apenas avaliado se os alunos estão por dentro das diferentes definições de gênero, mas infelizmente o fundamentalismo religioso impede alguns de entender isto.

Se pra você ser homem ou mulher está relacionado somente ao órgão sexual entre as pernas de cada um, problema é seu, não queira fazer todos entenderem da mesma maneira já que gênero é uma construção psico-social.

Só trouxe ao blog esta questão pois muitos estão acusando o atual candidato a prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, de impôr "ideologia de gênero" na educação escolar. Sendo que isto nem é de competência das prefeituras das cidades. Também gostaria que outras pessoas conhecessem sobre este assunto tão atual e tão mal explicado, muitas vezes até dentro dos defensores da Teoria Queer, por exemplo.

E somente a título de curiosidade:
  • Travesti: mulher que possui órgão sexual masculino
  • Transsexual: Mulher que já realizou a cirurgia de redesignação sexual e/ ou pretende fazê-la.
Atenciosamente, Thainá.