domingo, 31 de março de 2019

Concurso para AGENTE EDUCADOR - RJ: O que você precisa saber?

Nesta última semana foi lançado o edital do concurso pra Agente Educador do município do Rio de Janeiro, que é a função de inspeção escolar, ou seja, os Agentes Educadores são os inspetores de escolas.

O município do RJ comporta escolas das séries iniciais, creches e pré-escolas, mas também das últimos anos do ensino fundamental (antigo jardim, primário e ginásio).

Confiram nos vídeos alguns pontos importantes sobre o concurso, a matéria a ser estudada, remuneração, etc.


Eu não pretendo fazer este concurso pois a função é parecida com a minha e o salário é praticamente o mesmo, então, não quero ter que iniciar todo o estágio probatório novamente, mas aconselho quem está desempregado fazer o concurso como uma porta de entrada pois é um cargo relativamente tranquilo que nos dá a segurança pra procurar outros melhores.

Enfim, se você conhece alguém desempregado e acredita que este vídeo possa ser útil, compartilhe com ele.

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domingo, 17 de março de 2019

Concurso PAEI - RJ: minhas impressões e alguns comentários sobre o Blog

Vim postar essa publicação hoje pra não deixar ninguém sem dar uma explicação. Desde que comecei a estudar para o concurso de Professor Adjunto de Educação Infantil eu trouxe até vocês alguns textos da matéria que estudei, porém, não foi esgotado o assunto.

Eu iria continuar a postar mais matéria do concurso mas infelizmente não tive tempo. Essa semana comecei meu último estágio da faculdade e tenho ficado muito ocupada, já que também trabalho fora além do estágio 😢 Estou na reta final da graduação e quero que tudo saia perfeito, mas também estou cursando o magistério e tem sido bem puxado, mas vamos falar da prova.

Hoje a prova nos deu a sensação de que o Rio de Janeiro inteiro estava inscrito: houve confusão na entrada da maioria dos pólos onde foram aplicadas, contudo, achei-a fácil levando em consideração que estudei bastante.

A prova de matemática, temida pela maioria de nós, tem sido igual aos últimos modelos de provas da prefeitura. Sempre abordando os mesmos assuntos, somente variando os valores. Se você quer fazer prova para a prefeitura do RJ, pegue provas anteriores e tente resolver as questões pois ajuda muito.

A prova de português mesma coisa, abordando os mesmos assuntos mas é sempre bom se atualizar quanto as novas regras gramaticais.

Enfim, espero que todas tenham ido bem. Apesar do edital constar 1.600 e poucas vagas, há previsão de chamar mais do que isso pois precisam cobrir o rombo de profissionais que foram desligadas por serem tercerizadas (as agentes de educação infantil). Enfim, vamos aguardar.

Tenham todos uma ótima semana!!

domingo, 10 de março de 2019

O Currículo na Educação Infantil - parte 2: RCNEI


RCNEI

Esta postagem visa resumir de forma despretenciosa o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, também conhecido como RCNEI, com novas informações sobre o assunto não tratadas na postagem anterior.

A postagem anterior foi pautada nas minhas aulas do curso Degrau Cultural online, onde a professora resumiu de forma objetiva o currículo na Educação Infantil, porém, senti uma certa desatualização quanto ao tema.

Resolvi então resumir o RCNEI por conta própria, pra ajudar quem precisar mas também de forma a forçar meu cérebro a estudar. Sem mais delongas, segue o resumo abaixo ↓

*

O RCNEI é documento referente às creches, entidades equivalentes e pré-escolas (esta última também conhecida como Jardim de Infância - embora essa expressão esteja em desuso). Faz parte da série de documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo Ministério da Educação e do Desporto.

É um documento não impositivo e respeita a cultura nacional brasileira em sua diversidade. Desse modo, o RCNEI trabalha com duas concepções para as crianças da Educação Infantil: a Formação pessoal e Social e o Conhecimento de Mundo.

Quanto a Formação Pessoal e Social da criança, destacamos os processos de construção da Identidade e Autonomia. Já sobre o Conhecimento de Mundo a pauta deve ser baseada nos objetos de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem oral e escrita, Natureza e Sociedade, e Matemática.

Entende-se que a Educação Infantil visa o Desenvolvimento Global da Criança não limitando-se apenas a um ou outro aspecto. O RCNEI também visa o exercício da cidadania das crianças brasileiras.

Seus princípios são:
  • Respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, culturais, etc;
  • O direito das crianças à brincar como importante etapa do desenvolvimento infantil e forma particular de expressão;
  • O direito das crianças aos bens sócio-culturais disponíveis;
  • A socialização das crianças sem discriminações de espécie alguma;

A estes princípios cabe acrescentar que as crianças tem direito a viver experiências prazerosas na instituição sendo tal afirmativa não mero indicador mas princípio baseado em lei.

A brincadeira, tão importante nessa fase escolar, ocorre sempre (ou quase sempre) no plano da imaginação. Por meio delas o professor pode observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças (em conjunto ou em particular).

Algumas dicas de organização nesse sentido:
  • Promover a interação das crianças da Educação Infantil com outras da mesma idade e também de idades diversas;
  • O professor também precisa se organizar pra conhecer os saberes prévios da criança e com isso utilizar dentro das aulas, de maneira produtiva e agradável;
  • Conhecer a individualidade de cada aluno e a diversidade da sala de aula;
  • Deve-se solucionar problemas e encará-los como forma de aprendizagem pro aluno mas também para o professor;
  • Deve-se criar uma proximidade do aplicado em sala de aula com situações sociais reais;

Para que isto ocorra de fato, o professor precisa ter competência polivalente, ou seja, trabalhar com conteúdos de natureza diversa.

São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação.

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A concepção de "criança" mudou ao longo do tempo e de região para região no país. Dessa maneira, a criança, no RCNEI, é vista como sujeito social e histórico que faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade com uma determinada cultura. Se antes o acesso às creches e pré-escolas eram vistos como direito da mãe trabalhadora, hoje é visto como direito da criança.

Para se conferir maior importância à Educação Infantil na LDB e outros dispositivos legais, muitas medidas foram tomadas.

Uma é a ideia de que não se deve hierarquizar os professores de modo a parecer que o professor de educação infantil é menos importante que os outros pois todos são importantes de igual pra igual sendo peças fundamentais nas escolas brasileiras.

O RCNEI foi organizado observando as propostas pedagógicas de cada estado e suas demandas educacionais. Nele, a Teoria Construtivista de Jean Piaget foi aplicada para melhor desenvolvimento das crianças matriculadas. O RCNEI aponta o universo cultural da criança como ponto de partida para o trabalho e defende uma educação democrática e transformadora da realidade.

O Espaço Físico escolar também é pauta importante para a aplicação dos princípios norteadores do RCNEI. Deve-se na sala de aula haver mobiliário adequado e que trague a identidade das crianças, pois constituem elementos importantes no processo de aprendizagem.

É também importante destacar que os procedimentos de cuidados na Educação Infantil precisam seguir os princípios de promoção à saúde. Quanto a identidade e autonomia da criança, a questão sexual também é salientada no sentido do auto conhecimento da criança. Não se trata de apologia ao sexo na infância mas sim questão voltada ao desenvolvimento corporal do aluno.

Também devem ser respeitadas as diferentes orientações familiares que ocorrem nos dias de hoje pois grande parte das famílias brasileiras comportam diferentes arranjos familiares.

Enfim, é muita coisa a ser exposta e nas próximas postagens eu continuo me aprofundando mais sobre esse assunto pois o elencado acima é uma pequena síntese da introdução, ou seja, do volume 1 do RCNEI, sendo os próximos volumes capítulos específicos sobre a Formação pessoal e Social e o Conhecimento de Mundo.

Enfim, espero que tenham gostado do texto e isto ajude-os nos estudos.


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Texto desenvolvido para os estudantes dos concursos de professores de educação infantil*
Próximo tema: O Currículo na Educação Infantil - RCNEI - parte 3

sexta-feira, 8 de março de 2019

Será que temos mesmo um "instinto feminino"?

Simone de Beauvoir

Quando a gente estuda Sociologia e História, descobrimos que a maioria das coisas ditas "femininas" (e as masculinas também) são criações ideológicas que pouco ou nada tem a ver com a biologia e com a realidade.

Cresci escutando que nós mulheres temos um "instinto materno", meigo, um instinto angelical, somos passionais e agimos com emoção. Daí você começa estudar de verdade e se informar sobre essa temática e um novo mundo surge a sua frente.

Essas características são impostas a nós como forma de opressão velada, são ideias pra nos fazer acreditar que temos um destino certo e nada mudará. Mas em verdade, essas idéias só servem pra manutenção do patriarcado, do capitalismo e do status quo. A igreja católica e a cultura ocidental reforçam esses estereótipos para que ainda sejamos vistas como meros objetos a disposição dos homens. Existem interesses por trás disto (assunto pra outra postagem) e é perceptível que toda mulher que tentou remar na direção oposta foi taxada de louca, bruxa, vagabunda, transgressora de uma maneira geral.

A filósofa Simone de Beauvoir [foto] em sua obra "O Segundo Sexo" levanta a ideia de que o mundo é visto sobre a óptica masculina, entendendo o homem como ser humano e a mulher como "fêmea". Isso quer dizer que a nós sempre foi reservada a posição de "avessidão". Simone não concorda com isto, ela apenas expõe de maneira filosófica o que já acontece desde os primórdios da humanidade e ninguém nunca questionou.

Como futura professora e estudante das Ciências Sociais, não digo que todos devam concordar com esta linha de pensamento até porque muitos vivem confortáveis com os papéis de gênero que lhes é imposto. Mas conhecer esta teoria tão rica e importante nos estudos de sociais te faz enxergar o mundo com outros olhos, inclusive a si mesmo.

Feliz Dia Internacional da Mulher 🌹

sexta-feira, 1 de março de 2019

Educação de Jovens e Adultos no Magistério (EJA)

Desde que comecei a fazer a Licenciatura em História tive resistência com as matérias pedagógicas pois embora eu goste de dar aula, eu achava tudo muito repetitivo e não me encantava nenhuma disciplina nesse sentido. Eu não gostava da Teoria.

Mas eis que em Dezembro do ano passado eu decidi começar o Magistério de Nível Médio (antigo normal) pois as oportunidades pra professor de História são muito escassas e eu quero lecionar, não importa o nível. Estou cursando o 3º mês (módulo) do curso e estou amando viver essa experiência porque no Curso Normal temos a sensação de aprender a ser professor de verdade (contei um pouco como é o curso aqui).

Enfim, uma das primeiras matérias que tive foi LIBRAS (que eu já tinha cursado na faculdade) e Abordagem II, que é voltada pra Educação de Jovens e Adultos (EJA) e simplesmente me apaixonei por essa última ❤️💗🖤

Eu já tinha estagiado numa escola com EJA e a prática foi um pouco superficial na medida que eu já estava exausta do ambiente escolar nos finais do dia. Porém, entender a Filosofia e os princípios dessa matéria me fez ver um novo horizonte.

Paulo Freire

A Disciplina de EJA nos ensina a dar aulas para jovens a partir dos 15 e adultos até a idade que for. Parece um trabalho fácil mas não é. O professor precisa lutar pra não infantilizar o ensino e entender que cada aluno tem sua particularidade. A EJA está disciplinada na LDB, em especial nos artigos 37 e 38, e possui DCN própria para sua oferta.

Vou colocar aqui neste texto alguns pontos importantíssimos da disciplina EJA que aprendi no curso, principalmente os que me fizeram amar essa matéria:


  • A Educação como Direito de todos: Logo no primeiro dia de aula a professora de EJA nos apresentou um vídeo sobre a menina Malala Yousafzai, militante paquistanesa que lutou pelo direito das meninas de sua comunidade ter acesso aos estudos. Entender que a educação deve ser de todos parece algo simples e subjetivo, mas se pensarmos que há comunidades que ainda restringem o direito à educação a pequenos grupos (geralmente elites financeiras) criando barreiras de sexo, cor e religião, o Brasil e sua Constituição Federal está a frente de muitos outros povos;
  • Não infantilização do Ensino: Como mencionado anteriormente, é de suma importância pensarmos na EJA como construtor de conhecimento. O professor não deve passar o que sabe para o aluno mas sim despertar no aluno um olhar para um conhecimento que pode vir de dentro. Agir com maturidade e seriedade (sem rispidez) para que o aluno não se sinta um bobo ao voltar aos estudos depois de certa idade;
  • A EJA é modalidade de ensino: Assim como a Educação Especial, o Ensino Profissional, a Educação do Campo, A Educação Quilombola e Indígena e a Educação à Distância;
  • Conhecer a realidade do Aluno: Todo mundo sabe que ao voltar aos estudos, muitos o fazem pra acrescentar algo em seu perfil profissional mas também por problemas pessoais, auto estima fragilizada, etc. O público alvo da EJA, geralmente, são pessoas que passaram por algum tipo de dificuldade no passado e tiveram que abandonar os estudos. Cabe ao educador um olhar diferenciado e sensível para com este público;
  • Questões Sociais: Hoje em dia a EJA não é vista apenas como um meio para que a pessoa obtenha um diploma, a EJA hoje é encarada pela lei e pelos professores como maneira corretiva de questões sociais. Como mencionado anteriormente, a Educação no Brasil é direito de todos e promovê-la é um modo de avanço e desenvolvimento social;
  • Paulo Freire: A EJA no Brasil está muito ligada à filosofia e ao trabalho do mestre Paulo Freire. O projeto de alfabetização que ele desenvolveu em 1963 atendeu 380 trabalhadores em Angicos, Rio Grande do Norte foi de suma importância na desconstrução da ideia de alfabetização para fins meramente mercadológicos. Embora já houvessem, anteriormente, projetos similares, nunca um foi tão bem desenvolvido como nesse caso, tomando, inclusive, repercussão internacional. Infelizmente o projeto foi sufocado pelo golpe militar de 1964;
  • A não culpabilização do aluno: É comum entre os alunos do EJA (principalmente os mais jovens) e entre educadores mal preparados entender que a evasão escolar advém de falta de responsabilidade dos alunos. Contudo, se considerarmos o número ainda muito elevado de evasão e vermos que as estruturas sociais no Brasil fazem o jovem abandonar os estudos pra buscar trabalho muito cedo, percebemos que é um problema muito mais coletivo que individual. Em outras palavras, o professor da EJA jamais deve tratar seu aluno como um "encostado" que não quer nada da vida, ainda mais porque muitos deles estão voltando justamente por motivo contrário, por almejarem algo melhor;

Enfim, estudar a EJA me fez se apaixonar pela pedagogia e pelo ensino, hoje estou muito feliz de conhecer esse universo e estou pensando até em me especializar em Educação de Jovens e Adultos 😊 Enfim, espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais dessa modalidade de ensino tão especial!!