sexta-feira, 1 de março de 2019

Educação de Jovens e Adultos no Magistério (EJA)

Desde que comecei a fazer a Licenciatura em História tive resistência com as matérias pedagógicas pois embora eu goste de dar aula, eu achava tudo muito repetitivo e não me encantava nenhuma disciplina nesse sentido. Eu não gostava da Teoria.

Mas eis que em Dezembro do ano passado eu decidi começar o Magistério de Nível Médio (antigo normal) pois as oportunidades pra professor de História são muito escassas e eu quero lecionar, não importa o nível. Estou cursando o 3º mês (módulo) do curso e estou amando viver essa experiência porque no Curso Normal temos a sensação de aprender a ser professor de verdade (contei um pouco como é o curso aqui).

Enfim, uma das primeiras matérias que tive foi LIBRAS (que eu já tinha cursado na faculdade) e Abordagem II, que é voltada pra Educação de Jovens e Adultos (EJA) e simplesmente me apaixonei por essa última ❤️💗🖤

Eu já tinha estagiado numa escola com EJA e a prática foi um pouco superficial na medida que eu já estava exausta do ambiente escolar nos finais do dia. Porém, entender a Filosofia e os princípios dessa matéria me fez ver um novo horizonte.

Paulo Freire

A Disciplina de EJA nos ensina a dar aulas para jovens a partir dos 15 e adultos até a idade que for. Parece um trabalho fácil mas não é. O professor precisa lutar pra não infantilizar o ensino e entender que cada aluno tem sua particularidade. A EJA está disciplinada na LDB, em especial nos artigos 37 e 38, e possui DCN própria para sua oferta.

Vou colocar aqui neste texto alguns pontos importantíssimos da disciplina EJA que aprendi no curso, principalmente os que me fizeram amar essa matéria:


  • A Educação como Direito de todos: Logo no primeiro dia de aula a professora de EJA nos apresentou um vídeo sobre a menina Malala Yousafzai, militante paquistanesa que lutou pelo direito das meninas de sua comunidade ter acesso aos estudos. Entender que a educação deve ser de todos parece algo simples e subjetivo, mas se pensarmos que há comunidades que ainda restringem o direito à educação a pequenos grupos (geralmente elites financeiras) criando barreiras de sexo, cor e religião, o Brasil e sua Constituição Federal está a frente de muitos outros povos;
  • Não infantilização do Ensino: Como mencionado anteriormente, é de suma importância pensarmos na EJA como construtor de conhecimento. O professor não deve passar o que sabe para o aluno mas sim despertar no aluno um olhar para um conhecimento que pode vir de dentro. Agir com maturidade e seriedade (sem rispidez) para que o aluno não se sinta um bobo ao voltar aos estudos depois de certa idade;
  • A EJA é modalidade de ensino: Assim como a Educação Especial, o Ensino Profissional, a Educação do Campo, A Educação Quilombola e Indígena e a Educação à Distância;
  • Conhecer a realidade do Aluno: Todo mundo sabe que ao voltar aos estudos, muitos o fazem pra acrescentar algo em seu perfil profissional mas também por problemas pessoais, auto estima fragilizada, etc. O público alvo da EJA, geralmente, são pessoas que passaram por algum tipo de dificuldade no passado e tiveram que abandonar os estudos. Cabe ao educador um olhar diferenciado e sensível para com este público;
  • Questões Sociais: Hoje em dia a EJA não é vista apenas como um meio para que a pessoa obtenha um diploma, a EJA hoje é encarada pela lei e pelos professores como maneira corretiva de questões sociais. Como mencionado anteriormente, a Educação no Brasil é direito de todos e promovê-la é um modo de avanço e desenvolvimento social;
  • Paulo Freire: A EJA no Brasil está muito ligada à filosofia e ao trabalho do mestre Paulo Freire. O projeto de alfabetização que ele desenvolveu em 1963 atendeu 380 trabalhadores em Angicos, Rio Grande do Norte foi de suma importância na desconstrução da ideia de alfabetização para fins meramente mercadológicos. Embora já houvessem, anteriormente, projetos similares, nunca um foi tão bem desenvolvido como nesse caso, tomando, inclusive, repercussão internacional. Infelizmente o projeto foi sufocado pelo golpe militar de 1964;
  • A não culpabilização do aluno: É comum entre os alunos do EJA (principalmente os mais jovens) e entre educadores mal preparados entender que a evasão escolar advém de falta de responsabilidade dos alunos. Contudo, se considerarmos o número ainda muito elevado de evasão e vermos que as estruturas sociais no Brasil fazem o jovem abandonar os estudos pra buscar trabalho muito cedo, percebemos que é um problema muito mais coletivo que individual. Em outras palavras, o professor da EJA jamais deve tratar seu aluno como um "encostado" que não quer nada da vida, ainda mais porque muitos deles estão voltando justamente por motivo contrário, por almejarem algo melhor;

Enfim, estudar a EJA me fez se apaixonar pela pedagogia e pelo ensino, hoje estou muito feliz de conhecer esse universo e estou pensando até em me especializar em Educação de Jovens e Adultos 😊 Enfim, espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais dessa modalidade de ensino tão especial!!

2 comentários:

  1. Eu amei seu Post,assim como você amo Eja,na minha cidade os governantes não investem nesta modalidade de ensino.Para você ver só tem uma escola que tem aulas de Eja do fundamental Ii.Por estou com dificuldades para estagiar nesta modalidade.Uma vez que a escola fica em um lugar distante da minha casa. É o bairro muito perigoso.Perto da minha casa tem uma escola bem grande que poderia estar sendo utilizado para fazer aulas da Eja ou de algum outro projeto.Mas nada está sendo feito.Isso é lamentável!!!

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  2. Eu amei seu Post,assim como você amo Eja,na minha cidade os governantes não investem nesta modalidade de ensino.Para você ver só tem uma escola que tem aulas de Eja do fundamental Ii.Por estou com dificuldades para estagiar nesta modalidade.Uma vez que a escola fica em um lugar distante da minha casa. É o bairro muito perigoso.Perto da minha casa tem uma escola bem grande que poderia estar sendo utilizado para fazer aulas da Eja ou de algum outro projeto.Mas nada está sendo feito.Isso é lamentável!!!

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