Quando a gente estuda Sociologia e História, descobrimos que a maioria das coisas ditas "femininas" (e as masculinas também) são criações ideológicas que pouco ou nada tem a ver com a biologia e com a realidade.
Cresci escutando que nós mulheres temos um "instinto materno", meigo, um instinto angelical, somos passionais e agimos com emoção. Daí você começa estudar de verdade e se informar sobre essa temática e um novo mundo surge a sua frente.
Essas características são impostas a nós como forma de opressão velada, são ideias pra nos fazer acreditar que temos um destino certo e nada mudará. Mas em verdade, essas idéias só servem pra manutenção do patriarcado, do capitalismo e do status quo. A igreja católica e a cultura ocidental reforçam esses estereótipos para que ainda sejamos vistas como meros objetos a disposição dos homens. Existem interesses por trás disto (assunto pra outra postagem) e é perceptível que toda mulher que tentou remar na direção oposta foi taxada de louca, bruxa, vagabunda, transgressora de uma maneira geral.
A filósofa Simone de Beauvoir [foto] em sua obra "O Segundo Sexo" levanta a ideia de que o mundo é visto sobre a óptica masculina, entendendo o homem como ser humano e a mulher como "fêmea". Isso quer dizer que a nós sempre foi reservada a posição de "avessidão". Simone não concorda com isto, ela apenas expõe de maneira filosófica o que já acontece desde os primórdios da humanidade e ninguém nunca questionou.
Como futura professora e estudante das Ciências Sociais, não digo que todos devam concordar com esta linha de pensamento até porque muitos vivem confortáveis com os papéis de gênero que lhes é imposto. Mas conhecer esta teoria tão rica e importante nos estudos de sociais te faz enxergar o mundo com outros olhos, inclusive a si mesmo.
Feliz Dia Internacional da Mulher 🌹
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