A caça às bruxas voltou: praticamente toda matéria sobre qualquer assunto que seja, em qualquer página no Facebook ou sei lá onde, sempre terão pessoas falando mal de feministas, ainda que o assunto NADA tenha a ver com isto. Existe fome, existe frio, existe violência, mas ainda sim pessoas se reúnem para protestar "pelo fim do feminismo". Você percebe como a sociedade é machista no momento que um movimento social em busca de equidade torna-se alvo de críticas por MULHERES!! Sim, existem mulheres anti feministas, por mais absurdo que seja.
Feminismo não é sobre igualdade: homens e mulheres são diferentes psicologicamente e socialmente, mas principalmente fisiologicamente. Feminismo é sobre equidade, é sobre tratamento diferente a fim de resultados iguais (guarde isto com você pra vida). Não queremos que a responsabilidade de prover seja só do homem, não queremos que nossos companheiros sofram em trabalhos degradantes quando podemos ajudá-los colocando dinheiro dentro de casa também... como isto poderia ser ruim?
Nesta segunda-feira dia 29 um homem, morador da Barra da Tijuca (bairro nobre do RJ) assassinou de forma brutal sua esposa e seus dois filhos, além de posteriormente cometer suicídio. Não há dúvidas sobre a saúde mental de uma pessoa que comete suicídio, não é? Nabor Coutinho de Oliveira era empresário e se viu em desespero por não poder proporcionar os luxos de sua família; deixou uma carta dizendo que provavelmente seria demitido e não poderia conviver com essa "desgraça".
Quando uma mulher pratica um aborto por não ter condições financeiras de criar o futuro bebê, há toda uma sociedade machista e hipócrita apontando um dedo, mas quando um homem comete a insanidade de assassinar seus filhos e esposa, tem gente achando compreensível. Não, não é, estamos em 2016, acordem!!
Compreensível pra mim é saber que homens se sintam cobrados, afinal, este sistema é algo que eles mesmos criaram e funciona muito bem. Compreensível pra mim é saber que algumas pessoas gostam de viver neste modo ultrapassado onde a mulher se limita aos serviços domésticos, afinal, pode haver felicidade. Agora, um homem que mora onde este morava, vivia muito bem financeiramente e poderia simplesmente ter se mudado, baixado seus gastos e se adaptado a um novo estilo de vida mais modesto, mas não o fez, e isto não é compreensível, isto é o capitalismo agindo.