quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Trabalho no Mundo Contemporâneo

A postagem de hoje é relativa a uma matéria que estou estudando na faculdade, Trabalho no Mundo Contemporâneo, e gostaria de deixar registrada para quem tiver interesse em entender como o trabalho se desenvolveu durante a história da humanidade e chegou até os dias de hoje. Vamos entender os caminhos que o trabalho nos levou.

É impossível viver sem trabalho e/ou sem seus frutos. O papel do trabalho na história da humanidade é paralelo à própria. Quando historiadores registram fatos do passado e do presente, devem seguir uma linha principal (escrever sobre a política, cultura, economia, etc) e uma das mais comuns é guiada pela Economia. Pensadores do passado entendiam que por mais que haja fome de espírito, ou seja, necessidade de compreender o mundo, há a fome no estômago, o que fez o homem correr atrás de meios de trabalho desde sempre. Com isto desenvolveu-se a ideia de que a existência precede a consciência.

Outro importante conceito inicial é entender que o trabalho desenvolveu-se como algo coletivo, social.

Veja abaixo o vídeo que fiz falando sobre esse assunto:



Das Corporações de Ofício aos assalariados

Inicialmente o trabalhador participava de todo processo de criação de qualquer coisa que necessitasse. Plantava, regava, colhia, preparava e se alimentava. Em alguns casos, trocava o excedente por outras coisas com seus vizinhos. Já nas vilas da idade média, chegou-se ao ponto dos trabalhadores poderem se dedicar a uma única atividade, surgindo profissões como carpinteiros, ferreiros, alfaiates, etc. Uma curiosidade sobre isto é como tais profissões influenciaram até nos sobrenomes das pessoas. No inglês, por exemplo, temos o sobrenome Taylor, Carpenter, Baker (alfaiate, carpinteiro, padeiro, etc). Aqui no Brasil mesmo temos o sobrenome Ferreira que é bem comum.

Nesse sentido, surgiu a figura do mestre de ofício, que era uma pessoa especialista em algo dedicada a ensinar jovens aprendizes. Estes comumente moravam juntos, dividiam o mesmo teto, comida, e tais jovens trabalhavam de graça, em troca dos ensinamentos.

Quando os jovens aprendiam um ofício e não conseguiam abrir suas próprias lojas, era comum continuar com seu mestre, mas desta vez trabalhando de verdade, ou seja, recebendo uma remuneração. Assim surgiu a figura do jornaleiro (diarista). A origem da palavra é de "jornada", significando que estes recebiam por dia.

Sendo assim, começa-se as primeiras uniões entre patrões e empregados, o que no futuro seria uma fábrica como conhecemos nos dias de hoje.


Do Trabalho Doméstico ao Trabalho Fabril

Nos rigorosos invernos Europeus era comum a família manter-se dentro de casa enfurnada, já que a neve impedia o plantio e a colheita. Deste modo, uma atividade bem comum era o artesanato (manufatura), principalmente a costura (fiação e tecelagem). Tosquiava-se a lã dos animais e produzia-se casacos, colchas, etc. Em princípio, algo voltado somente pra uso da família, mas isto foi mudando aos poucos.

Surgiu nos grandes centros a figura dos comerciantes burgueses. Estes compravam a produção destas famílias e revendia. Ao passo que os pedidos aumentavam, tais comerciantes exigiam maior produção. Com isto, muitas famílias largaram o trabalho agrícola no verão, dedicando-se exclusivamente a tecelagem. Outra coisa importante nesse cenário é que o comerciante burguês passou a trazer lãs prontas, máquinas, etc, pra acelerar a produção de seus fornecedores.

Ao passo que estas coisas iam acontecendo, os produtores iam se distanciando mais ainda do processo de produção de seus produtos. Se numa família o patriarca sabia de todos os passos para chegar-se ao produto final, seu tataraneto já não tinha mais este conhecimento. Quanto mais a pessoa se limitava dentro da produção, exercendo uma única função, menos ela teria conhecimento do processo de fabricação. Diretamente isto trouxe mais poder aos comerciantes já que seus produtores perderam completamente o controle sobre a matéria prima, mas principalmente, também perderam controle sobre os compradores diretos.

Já no séc. XVIII comerciantes burgueses começaram a notar que não era mais possível disponibilizar matéria prima e levar à casa dos produtores. Daí surgiram as primeiras fábricas, pois era mais prático agrupar tudo num galpão e trazer seus funcionários para lá.


Livre Concorrência e Monopolização

Quando começou surgir mais e mais fábricas durante o tempo, havia-se a esperança de melhores produtos e menores preços ao bolso do consumidor, pois assim, teoricamente, funcionaria o capitalismo. Patrões exploravam seus empregados cada vez mais visando um aumento de produção (e consequentemente de vendas) para assim monopolizar um determinado seguimento. Para que isto de fato ocorresse, era necessário o enfraquecimento de outras empresas concorrentes.

Algo que ocorre muito frequentemente nestes cenários é uma empresa crescer ao ponto de comprar as outras menores, fixar-se um baixo número de marcas a ponto de combinarem entre si um congelamento de preços, por exemplo, mesmo diante de situações em que não é necessário. Daí surgiu a figura do Cartel, que é proibido mas acontece e muito.

Além do Cartel, é comum ocorrer o Trust, que é quando uma empresa se empodera de tal forma que consegue controlar todo processo de produção. Ex: A Sadia atualmente não somente vende frangos, ela os cria, limpa, tudo, em fábricas menores mas de sua posse.


Taylorismo e Fordismo

Frederick Winslow Taylor foi um engenheiro que criou um sistema de organização de trabalho que revolucionou seu tempo, otimizando a produção das fábricas.  Ele entendia que os pilares para um bom desenvolvimento fabril eram:  o princípio da necessidade de planejamento; o princípio das vantagens de boa formação para os trabalhadores; o princípio do controle e o princípio da execução.

Mais revolucionário que Frederick Taylor foi Henry Ford, um dos pioneiros da industria auto-mobilística. Ford criou o modelo "esteira" na linha de produção, permitindo que cada trabalhador se especializasse numa única tarefa.

Diante disto houve um grande aumento na linha de produção e em meados de 1920 dominou a industria. Nas décadas de 50 e 60 chegou ao seu auge, produzindo milhões de exemplares e assim ficou conhecida como "anos dourados" do capitalismo.

Mas nem tudo que é bom dura pra sempre. Na década de 70 começou-se a perceber os primeiros sinais negativos deste tipo de produção em série. Empregados mal pagos, com lesões por esforço repetitivo, dores nas costas e estresse causado pela pressão dos patrões diminuíram sua produtividade dando espaço para a japonesa Toyota que trabalhava mais de acordo com o ritmo de encomendas.

O modelo fordista acontece até hoje, porém, notamos com maior clareza seus problemas e suas consequências.


O Estado do bem estar Social

A problemática capitalista principal é o entendimento de que, embora a produção de alimentos (não só comida) cresça sempre, ainda há pessoas passando fome. Em tempos que houveram pragas, seca, desmatamento irresponsável, era compreensível a ausência de bens à população. Mas quando o motivo não eram mais estes...

Na década de 20 a produção norte americana crescia vertiginosamente mas num determinado momento perdeu consumidores. A Europa devastada pela guerra perdeu seu poder de compra e em 1929 os EUA chegaram a crise que causou a quebra na bolsa de Nova Iorque. As empresas produziram em excesso e não tinham pra quem vender. Era comum a destruição de alimentos enquanto vários passavam fome. Deste modo, perdeu-se totalmente a confiança no liberalismo econômico, que era a permissão do Estado para que empresários fizessem o que queriam, sem controle algum.

O governo americano entendeu que não podia mais ficar inerte diante da situação de crise e através de uma ideologia Keynesiana decidiu intervir. Em linhas gerais o Estado do Bem Estar Social significou forte proteção social em matéria de saúde e educação públicas e aposentadoria, além de conquistas diretamente trabalhistas como férias e legislação avançada de salário-desemprego. Essa era uma maneira de driblar a crise capitalista em que se encontravam.



Bem, este é um resumo da matéria e quis dividir com vocês mais na intenção de exercitar meu pouco conhecimento... hehe. Ainda faltam alguns tópicos que prefiro deixar pra outra postagem. Atenciosamente, Thainá.

ATUALIZAÇÃO: Veja aqui a segunda parte desta postagem :)

domingo, 25 de setembro de 2016

Por que Filosofia e Sociologia são necessárias?

Quando eu era mais nova, inclusive no Orkut, era comum eu ver textos em tom humorístico, ou o que hoje em dia chamamos de "memes", indicando a "inutilidade" de certas disciplinas escolares. Quem nunca ouviu aquela piadinha básica: "Mais um dia se passou e eu não usei a fórmula de Bhaskara pra nada em minha vida"?

Primeiramente, Fora Temer, a tal fórmula de Bhaskara, bem como todas as ciências exatas, são importantes sim pra nossa vida, e mesmo que não vejamos sua aplicação prática no dia a dia, é óbvio que ela faz parte de nosso ambiente. A matemática, a física e a química estão nos produtos que consumimos, na nossa saúde, nos exercícios que praticamos, em todo nosso meio. Seu estudo se faz necessário pra entendermos onde gostaríamos de atuar profissionalmente mas não limita-se a isto.

Acontece que existem matérias mais próximas de nossa realidade e ao entendermos seus fundamentos é impossível não nos questionarmos e também mundo a fora. Assim são a Filosofia e a Sociologia.

Importância das disciplinas Filosofia e Sociologia no Ensino Médio
Quando fiz ensino médio (em 2002, aproximadamente), estas disciplinas não eram obrigatórias. Fiz metade em escola pública e mudei para uma particular por causa de greves no estado. Na primeira, tive aulas de Filosofia somente e sabe o que aprendi? Nada! Pergunte a qualquer professor de rede pública se os alunos realmente demonstram interesse nessas matérias: é menos de 5%. Por conta disto estas matérias devem ser abolidas? Não mesmo, é justamente o contrário!!

Se nossas crianças recebessem um ensino de qualidade onde a escola é bem equipada e os professores valorizados, elas aprenderiam de fato a filosofia e a sociologia. E aprendendo essas matérias de verdade, ninguém questionaria sua importância. Qualquer pessoa que tenha tido um contato mais profundo com essas matérias sabe que elas são de suma importância na formação de qualquer profissional, mas também em nossos valores e caráter.

Foi realizado um estudo pela Education Endowment Foundation (EEF) na Inglaterra* onde um grupo de crianças se submeteram ao estudo da Filosofia na prática, ou seja, não tanto teorias filosóficas e pensadores, mas sim questionamentos da vida real. Ficou evidente que as crianças com maior contato aos estudos filosóficos se saíram bem melhor comparadas às que não tiveram.

Dessa forma podemos concluir que o estudo da Filosofia nos torna menos sujeitos a imposições culturais sem sentido, nos tornando seres questionadores de pensamento múltiplo. O estudo da Sociologia só demonstra como isto faz efeito nas nossas civilizações e entender isto nos mostra caminhos diferentes.

O jovem que encerra o ensino médio estará melhor preparado para a graduação se tiver aprendido de fato a Filosofia e a Sociologia (matérias que são obrigatórias em quase todas as faculdades). Não há como ignorar esta necessidade para nossos alunos.

*Fonte: Galileu

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Voltando a Estudar depois de "velha"... Como se motivar?

Um dos desafios da vida adulta é voltar a estudar porque parece algo tão distante quando a gente vive basicamente pra pagar contas. Estudar é gasto! Mesmo se você estudar "gratuitamente", existe passagem (ou gasolina), xerox, lanche, livros, etc. Mas é um gasto que vale a pena, e, pra mim, uma das poucas coisas que não vale a pena economizar.

Fiz faculdade de Direito com 19 anos e não fazia ideia do que queria naquela época, sinceramente, só me matriculei por pressão dos meus pais, e mesmo não gostando do que fazia, me forcei a concluir. Não me arrependo: o diploma de ensino superior abre um pouco as portas e todo conhecimento é válido, mesmo que não notemos inicialmente. Só que ainda me sentia incompleta profissionalmente.

Amo falar de culinária, vida doméstica e acho que todas as pessoas deveriam apreciar isso também, pois é algo que reflete muito no dia a dia em nossas casas, mas respeito quem não gosta, ninguém é obrigado. Só fiquei um pouco triste de não ter oportunidades de explorar melhor essa área profissionalmente. Inicialmente queria estudar algo relativo à economia doméstica, mas descartei por motivos pessoais.

Daí que, ultimamente, tenho me interessado e lendo muito sobre política. Não gosto de falar disso aqui no blog porque sempre gera treta e é algo muito pessoal. Fiz o Blog Via Esquerda e conheci um professor de história muito bom pelo Youtube (Canal Parabólica). Que que eu fiz? Me matriculei na faculdade de história.


Alias, não tenho postado aqui por causa disso, estou sem tempo, colocando matérias em dia e curtindo muito o curso que escolhi. A faculdade de história tem sido exatamente o que imaginei e me dado um gosto enorme pelos estudos. Nunca estive tão feliz :) No passado já tinha pensado em dar aulas de biologia ou história, pois era matérias que gostava muito, mas a realidade do professor me desanimou (na época).

Então, por experiência própria, só deixo um conselho: não pense demais! A gente nunca encontra condições 100% favoráveis de iniciar um projeto, sempre tem algo que atrapalha. Eu, atualmente, estou estudando e continuo minha venda de doces, mas pra mim tudo bem. Enquanto eu ficava pensando no que fazer, nada acontecia, mas quando eu tive o estalo do que fazer, fui lá sem pensar. Muitas vezes o caminho que vai nos mostrando as saídas e como lidar com as dificuldades. "Faça duas vezes antes de pensar", esse deve ser nosso lema em alguns momentos.

Outra coisa: eu queria muito prestar ENEM pra tentar alguma universidade pública mas infelizmente todas são longes demais de onde moro, impossibilitando conciliar com minhas vendas, daí me matriculei numa particular mesmo pois a maioria oferece oportunidades de bolsas de estudo. Tenho aulas com alguns alunos do curso de letras e uma pessoa que conheci paga somente R$50,00 por mês. Acho que vale a pena tentar uma bolsa, caso você queira muito (eu fiz isto, minha mensalidade baixou bastante). Fica a dica ;)

Espero que este relato motive vocês que desejam voltar a estudar pois conhecimento sempre é bem vindo e nunca é tarde pra aprender.

Beijos, Thainá.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Por que não deve-se questionar uma suposta vítima de estupro?

Outro dia uma famosa vlogger no Youtube disse que "nunca devíamos questionar quando uma mulher disser que sofreu um estupro". Daí algumas pessoas atacaram-a, dizendo coisas horríveis e alegando que uma moça de má-fé poderia prejudicá-los.

Concordo que uma mulher pode sim "ferrar" a vida de um homem ao acusá-lo injustamente de estupro, porém, o que a vlogueira quis dizer é que, caso uma mulher alegue ser vítima de abuso sexual, encaminhe-a para as providências necessárias: hospital, delegacia, IML, seja o que for. Nunca fique questionando o ocorrido, desconfiando da mulher, fazendo mil perguntas, o ideal é averiguar a veracidade posteriormente. Por que? Porque caso realmente tenha ocorrido uma situação de violência, o culpado deve ser punido e a vítima poupada de julgamentos. Ficar sabotando a mulher pra fazê-la cair em contradição é errado, cabe a polícia investigar o ocorrido mas também confortá-la nesse momento difícil.

Se existe 50%  de chances de uma mulher estar mentindo, existe 50% de estar falando a verdade, por via das dúvidas, não questione! Espere a poeira baixar!!

Uma jovem no Rio Grande do Sul foi vítima de estupro pelo próprio pai por mais de um ano e posteriormente engravidando. A menina de apenas 13 anos acusou seu pai em primeiro depoimento, contudo, mudou a versão dos fatos dizendo que engravidou de um ex-namorado. Com isto justiça permitiu o aborto e nele foi constatado o DNA do pai (ou seja, a menina mentiu na segunda versão).

Inconformado com a mentira e enrolação, o promotor do caso, Theodoro Alexandre da Silva Silveira exaltou-se proferindo palavras de baixo calão à jovem, acusando-a de "matar uma pessoa" (por conta do aborto).

Por que não deve-se questionar uma suposta vítima de estupro?

Promotor: "...tu vai responder em outro processo. Eu vou me esforçar o máximo pra te por na cadeia... se não for pronunciar o nome desse piá (nome do suposto ex-namorado)... Tô perdendo até a palavra. Tu vai pro CASE se não der o nome desse piá. Como é o nome desse piá… (silêncio)…. vamos!!! além de matar uma criança tu é mentirosa? Que papelão heim? Que papelão… só o que falta é aquele exame dar positivo, só o que falta! Agora assim ó, vou me esforçar pra te “ferrá”, pode ter certeza disso, eu não sou teu amigo."

Este é apenas um dos trechos das falas do promotor à menina vítima de estupro... O que esta menina fez foi errado? Foi! Mas mais ainda é seu pai (se é que pode-se chamar um ser humano assim de pai) que cometeu tantos abusos. Imagine-se na situação de uma jovem vítima de estupro por tanto tempo e pelo próprio pai, sem ter pra onde ir, sem independência financeira, com apenas 13 anos de idade. Quem aqui era exemplo de maturidade nessa idade?

Um promotor deve ter conhecimento científico mas também sensibilidade pra saber se portar em situações diversas. Quando houve o caso de estupro coletivo no Rio da Janeiro onde uma jovem de 16 anos foi abusada por mais de 30 homens, pediu-se a mudança de delegado responsável justamente porque o primeiro não soube se portar numa investigação como esta.

Quando alguém é roubado, por exemplo, ninguém fica questionando se a vítima "procurou" por isto. Ninguém questiona se de fato houve roubo... Por que com estupro culpabilizam tanto a vítima? Ainda que uma mulher procure sexo, a partir do momento que ela pede pra parar, quem continuar está assumindo a responsabilidade por um crime de estupro. Não importa se uma mulher marca uma "festinha" com vários homens, eles têm que saber a hora de parar. Sem consentimento é estupro, simples assim!!

Com esta história vemos que cada vez mais o conhecimento acadêmico necessita de conhecimento "de vida", experiência, maturidade e principalmente inteligência emocional e empatia. Saber se colocar no lugar do outro é fundamental para o andamento de uma sociedade civilizada. É até bíblico: _Nunca faça com o outro o que não gostaria que fizessem com você. E esta máxima tem sido muito necessária no nosso sistema judiciário.

O machismo é tão presente na nossa sociedade que este promotor se exaltou defendendo um feto, como se a jovem tivesse cometido um homicídio. Por mais que fetos sejam protegidos por nossa legislação, homicídio é diferente de aborto, e nunca podemos comparar um feto em desenvolvimento à uma pessoa já nascida, viva e bem vivida.

É gritante a falta de sensibilidade deste promotor porque quem acompanha casos como este sabe que é comum a vítima mudar os fatos contados por coação ou algo do tipo. Jamais deveria ter tratado uma menina nessa idade assim. Felizmente foi enviado ofício pedindo investigação do promotor pelo Conselho Nacional do Ministério Público e ele pode ser punido por tal conduta. Talvez se ele não tivesse questionado como fez e usado de inteligência pra averiguar o caso, isto não teria ocorrido e a vítima sido humilhada desta maneira.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Propostas controversas do governo Temer

Primeiramente, fora Temer!

Segundamente, vamos conhecer as propostas do presidente golpista Michel Temer? Alguns nos acusam de torcer contra mas sejamos realistas, a maioria destas mudanças em nada beneficiará a população. Espero estar errada, mas existem meios alternativos que o presidente golpista poderia estar se utilizando e não está, comentarei ao longo do texto.

  • Mudança no sistema previdenciário: Está em andamento no senado a proposta de mudança na aposentadoria da maioria das pessoas. Exceto as com mais de 50 anos e proximidade ao período de aposentadoria, todas as outras serão afetadas. A idade mínima pra se aposentar será de 65 anos, para homens e mulheres. Atualmente é de 54 anos e 35 anos de contribuição. Por que esta é uma medida descabida? Hoje em dia está cada dia mais difícil se empregar após a graduação. A maioria das pessoas que conheço só conseguem emprego na área em que se formou após 3, 4 anos de formados, vamos nos aposentar cada vez mais velhos. Qual seria a solução? Maior rigor e investigação nos benefícios concedidos, principalmente a funcionários políticos. Por que precisamos trabalhar 35 anos e políticos se aposentam com apenas 8 anos de mandato? No nosso país há muitos casos de senadores, deputados, que se "aposentam" por invalidez, por exemplo, mas mantém empresas e outros empregos paralelos. Se não há condição de trabalhar-se publicamente, como continuam trabalhando por conta própria? Chega de tanto sangue suga da máquina pública;
  • Mudança no Ensino Superior e Educação no Geral: Além de terminar com o programa Ciências sem Fronteiras que deu a muitos jovens a oportunidade de fazer uma parte de sua graduação no exterior, valorizando assim seu currículo, Michel Temer quer privatizar o ensino superior desse país, uma das poucas coisas que ainda temos de bom. Além disto, há a previsão de cortes para a educação e encerramento de programas sociais que ajudaram pessoas a ingressar no ensino superior, como o FIES, por exemplo. Uma crítica que gostaria de deixar registrada é que, embora o acesso a educação tenha aumentado com o governo Petista, houve uma queda na qualidade de ensino no geral. Para mostrar números ao exterior e poder dizer-se um país inclusivo, o Brasil baixou seus critérios educacionais aprovando alunos em todas as fases escolares com menos rigor, bem como mudando os critérios para considerar alguém alfabetizado. Uma criança na antiga 4ª série escolar, por exemplo, a anos atrás, era obrigada a saber o conteúdo programático adequado a esta idade, hoje em dia muitas mudam de série (ano) mal sabendo ler e escrever. Sim, valorizamos o governo Lula e Dilma, mas não devemos fechar nossos olhos para os problemas decorrentes;
  • Reajuste para o Judiciário: Como se já não bastasse os altos salários de ministros e juízes, o "caridoso" presidente ainda permitiu mais aumentos pra quem não precisa. Deve ser gostoso ter o poder de comprar quem pretende-se aparelhar futuramente, e é exatamente isto que Michel Temer está fazendo. Embora algumas destas medidas já estivessem previstas pelo governo Dilma, nossa oposição a Temer não nos torna eleitores de Dilma, é possível criticar um e ao outro também!! Além dos altos salários, juízes e ministros possuem benefícios que trabalhadores recebedores do mínimo não tem!!
  • Pausa ou encerramento de investigações contra corrupção: Com a internet fica cada dia mais fácil nos informarmos como andam as atitudes de nossos governantes, porém, muita coisa ainda é omitida. Dilma Rousseff, com todos os defeitos que possui, ainda queria mudar o sistema brasileiro, o que justamente mais pedimos como população. Seu pacote anticorrupção saiu da pauta dos assuntos mais urgentes e ficou claro que a permanência da presidenta melaria os planos de muito político corrupto. Apenas dois dias após Dilma sofrer o impeachment definitivo, as tais pedaladas fiscais (atrasos em pagamentos) deixaram de ser consideradas crimes. Nossos amados parlamentares sancionaram uma lei que modificou as regras facilitando a abertura de créditos, sem a necessidade de autorização do Congresso Nacional. Safadeza!! Romero Jucá, nosso ministro do planejamento, foi pego em áudios demonstrando que Dilma queria o prosseguimento das investigações, e quem não deve não teme; 

Estas foram apenas algumas das medidas desejadas e em andamento, e sabemos que Michel Temer precisava providenciar mudanças para sairmos deste estado de crise no país. No entanto, o sistema político deveria começar as mudanças por si mesmo. Estas medidas só se mostraram eficazes (ou não) no futuro, mas dolorosas no presente. Nunca na vida desejei tanto estar enganada.