A cerca de 17 anos atrás eu descobri o Scrapbook, através do falecido orkut. Numa extinta comunidade, meninas se reuniam para trocar dicas de presentes para o namorado. Naquela época a internet era mais saudável, mas não se engane pois já havia maldade.
Mas voltando a falar do hobby... estou falando do scrapbook.
Lembro-me que entre nós era uma febre montar álbuns de fotos para os namoradinhos usando técnicas de scrapbook e entre as conversas nos fóruns do orkut era comum a frustração pois muitos rapazes não viam aquela arte com os mesmos olhos que a gente.
Eu lembro que meu primeiro scrapbook foi para meu primeiro namorado nessa época, e ele era um rapaz muito doce e sensível, ficou emocionado com o presente. Mas na verdade, o presente era mais meu do que dele.
Infelizmente não tenho mais fotos pra mostrar aqui no Blog, e talvez, nem sei se mostraria pois era algo muito pessoal. Contudo, depois deste episódio, fiz mais alguns álbuns: um de fotos de meus aniversários e um para meu segundo namorado, que tornou-se meu marido (fomos casados por 10 anos, hoje somos amigos, logo, o álbum ainda existe).

O álbum de fotos do meu aniversário foi iniciado nessa época (mais ou menos 2008) e lembro-me que desisti dele pois achava feio, achava que nunca iria ter os materiais necessários pra finalizar do jeito que eu sonhava. Eu sempre me cobrando tanto... 😢😞
Mas em maio de 2020, na pandemia, eu perdi minha avó e no dia do falecimento dela me bateu uma emoção muito forte e fui procurar este álbum incompleto.
Não sei exatamente o que senti (além da tristeza de perder minha avó que eu amava), mas me bateu uma força interior muito grande que me motivou a terminar o álbum naquela mesma semana. Lembro-me de sair para comprar material e/ou arranjar na escola que eu já trabalhava e finalizei-o. Isto foi muito marcante na época, acho que nunca irei esquecer. Queria poder compartilhar as fotos desse álbum que um dia menosprezei: hoje, acho lindo 💗 Assim que eu achar vou postar por aqui.
Bem... que isso tudo tem a ver com meu momento atual? Como já disse em postagens anteriores, a ansiedade e cobrança da maturidade me pegaram no ano retrasado e desde então decidi cuidar mais da minha saúde mental.

A uns meses atrás decidi listar as coisas que me davam prazer e fiquei chocada em como são poucas. Em meio a esse processo, comecei a ler sobre como os hobbys são importante para nossa mente, e como as mulheres não foram incentivadas a cultivá-los (em relação aos homens, por exemplo), e como eu devia fazer algo por mim.
A verdade é que com a chegada da vida adulta eu nunca me permiti "me divertir" demais: eu precisava estudar, precisava trabalhar, mas precisava ser a melhor: me cobrava excessivamente, nunca relaxava, pois eu devia ser a melhor funcionária, a melhor estudante, a melhor dona de casa, a melhor esposa, a melhor em tudo.
Hoje quero desacelerar: tento seguir rotinas de meditação, exercícios físicos, ações anti estresse, pois minha profissão por si só já proporciona todo o contrário disto.
Voltando a falar do Scrapbook...
Como foi bom relembrar que posso me divertir, me distrair, sem me cobrar, sem precisar ficar perfeito, simplesmente passar o tempo sem dever nada a ninguém. Então, depois de 17 anos, volto eu a esse hábito tão bobo mas ao mesmo tempo tão importante pra mim.
Pretendo até fazer uma oficina de scrapbook com meus alunos, se o tempo e a disposição permitir. Pra vocês terem noção de como esse hábito é antigo na minha vida, tem até postagem aqui no Blog do ano de 2013!!
Enfim... queria compartilhar um pouco nesse texto da minha experiência com o Scrapbook, da minha experiência numa vida acelerada e atualmente, minha experiência tentando desacelerar.
Beijos, Thainá.