segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Comunidades indígenas que "Aceitaram Jesus"

Numa postagem anterior eu menciono alguns pontos do porquê não existir doutrinação marxista na nossa sociedade como alguns líderes da direita brasileira afirmam. O Brasil pode ter avançado muitos passos a frente ao incluir o negro, o pobre, o periférico nas universidades, mas ainda sim a cultura dominante no nosso país é a cristã.

A cultura cristã se opõe em muitos aspectos ao marxismo e ao comunismo, mas ainda sim existem pessoas que enxergam pontos em comum. Esse "suposto" ponto em comum é dito pelo fato do comunismo almejar uma sociedade mais igualitária (teoricamente o cristianismo preza pelo mesmo) mas na prática vemos que é isso não é verdade.

Numa sociedade igualitária, com boa distribuição de renda, ausência de classes e castas não é preciso que a população apele para forças "sobrenaturais" para conquistar uma vida digna. Sei que isto soa meio utópico mas do que as religiões se alimentam? Não seria o "inferno" uma invenção pra impôr medo? É até ingênuo por parte de certas pessoas acreditar que um dia o Vaticano irá "doar" toda sua fortuna pra acabar com a fome e a miséria sendo estas necessárias para a manutenção. Em outras palavras, as igrejas e os templos religiosos no geral precisam de "fome", "miséria" e "desgraça" pra sobreviverem.

Atualmente a religião que mais cresce no Brasil é o Cristianismo Protestante, esse mesmo que visava combater a corrupção na Igreja católica romana, esse mesmo que repudiava a venda de indulgências, esse mesmo que hoje prega "prosperidade".

No Cristianismo Protestante é muito cômodo você pintar e bordar, fazer mal a diversas pessoas e depois simplesmente "aceitar Jesus". Algumas religiões de origem africana pregam que o que se faz, se paga, e talvez essa ideia meritocrata desagrade alguns cristãos (além do racismo gritante), talvez seja por isto tão marginalizadas.

Os evangélicos protestantes não contentam-se somente com os arrependidos, os ex-bandidos, os ex-gays (como se isto existisse), as ex-prostitutas: eles querem mais. Eles querem doutrinar comunidades indígenas que ainda não os conhecem, levar a "palavra" mesmo que isto signifique uma afronta aos costumes e ritos indígenas, "europizar" (nem sei se este verbo existe) indígenas latino americano, exatamente como ocorreu nos EUA (você conhece algum índio norte americano?) e como ocorreu na época dos Jesuítas... Ai como eles são bonzinhos...

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Do que é feito o Brasil? Do que podemos nos orgulhar? Não existe nada específico mais importante do que nossa própria cultura. Desde o primeiro europeu pisar no nosso continente as coisas nunca mais foram as mesmas. E nem estou defendendo comunidades indígenas como se fossem santos angelicais que viviam em perfeita harmonia. Estou apenas mencionando que comunidades indígenas NÃO PRECISAM de conversão, não precisam de "salvação", não precisam ser cristãos.

A ética, o respeito, a moral e tudo mais que nos difere dos animais são pregadas por outras religiões e de nada adianta se impostas pelo medo. A gente precisa é de educação questionadora, pensamentos livres, debate e estudos. A religião não é discutível, não é como numa sala de aula onde há troca de ideias, é somente uma pessoa falando e as outras dizendo 'amém'. Nossos índios e nosso país não precisam disto.

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