Quando comecei a escrever em blogs, por volta de 2011, eu gostava de postar sobre diversas coisas, sempre amei escrever e amo até hoje. Uma coisa pouco explorada aqui e que eu gosto muito é o mundo da beleza e da estética, ainda sinto vontade de cursar algo nessa área, já bloguei muito sobre isto, mas depois falo deste assunto.
Em 2013 fiz outro Blog pra compartilhar minha experiência de intercâmbio como Au pair nos EUA e me deparei muito sobre estes questionamentos: o preconceito. Eu era uma jovem fissurada pela cultura norte-americana e, na verdade, até hoje gosto de muitas coisas, mas isso mudou um pouco, depois explico melhor. Nessa época eu só enxergava coisas positivas na vivência estadunidense e o desgosto com as oportunidades de trabalho no meu próprio país agravavam isso. Enfim, eu queria tentar a vida nos "states".
Isso veio cedo: desde meus 15 anos eu era louca pra fazer intercâmbio e insisti para meus pais me matricularem num curso de inglês: eu era determinada a sair do Brasil, mas não sabia como. Aos 20 e poucos anos vi a oportunidade de ser Au pair e com 25 embarquei. Era comum algumas pessoas falarem mal da minha decisão por não entenderem ou simplesmente por inveja, algumas pareciam ficar torcendo pra dar errado, não foi um mar de rosas a aceitação.
Em alguns momentos elas me questionavam sobre o "preconceito" que o latino sofre nos Estados Unidos mas isto não me preocupava. Chegando lá pude conferir com meus próprios olhos como as coisas funcionam e vou compartilhar aqui com vocês.
Primeiramente a gente não pode determinar o comportamento inteiro de uma nação pois as pessoas são diferentes e no caso dos EUA, isso é mais forte ainda, já que existem mais estrangeiros que nativos americanos residindo por lá. Se no Brasil há uma polaridade imensa de idéias, imagina por lá.
Um país cuja taxa de imigrantes é maior que que a de nativos, é de se supor que não seja preconceituoso, certo? Não exatamente. Na época que morei por lá, se alguém me questionasse esse fato, eu diria que não, os Estados Unidos não é um país preconceituoso, afinal, usava de parâmetro meu próprio país e minhas experiências de vida. Já postei no antigo Blog sobre isto num texto sobre "Curiosidades sobre Morar nos EUA" e isto aconteceu em 2013, quando morei nos EUA e minha consciência política era zero: eu não me interessava por esse assunto.
Hoje, estudando mais Ciências políticas, História, Sociologia, etc, minha opinião mudou: Os Estados Unidos é um país preconceituoso sim, mas seus habitantes não. Explico: Os Estados Unidos é o berço do Capitalismo e não existe Capitalismo sem opressão. Nesse sistema econômico onde, supostamente, sobe na vida quem se esforça mais, não há espaço para todos que se esforçam. A criação de estereótipos negativos sobre as pessoas se faz então necessária para sua exclusão e funcionamento do capital: a origem de todos os preconceitos.
Além disto, o norte-americano "raiz" é conservador, intolerante e tenta disseminar sua cultura sobre pretexto de "democratização": assim é o governo norte-americano, IMPERIALISTA. Basta ver as atitudes do governo no Oriente Médio, por exemplo, e tirar suas próprias conclusões.
Com isto podemos afirmar: O Governo norte-americano e o sistema capitalista são preconceituosos, excludentes e imperialistas, contudo, não podemos julgar todos os residentes daquele país desta maneira. Quando morei nos EUA fui muito bem tratada por diversos nativos, mas também passei por situações difíceis nas mãos de outras pessoas: nada diferente do que poderia acontecer aqui no Brasil.
Um fenômeno comum e alvo de protestos nos EUA é a ação policial racista, principalmente nos "downtows" (centros das grandes cidades), algo que infelizmente também acontece no Brasil e só confirma a tese de racismo estrutural, ou seja, do racismo estar nas bases de organização governamental do próprio país.
Enfim... este é um pouco de como vejo o racismo norte-americano e um texto pra me retratar sobre as afirmações que fiz no passado (e fui questionada por uma seguidora). Atualmente existem movimentos de empoderamento negro, feminino, dentre tantos outros, o que só mostra que a necessidade fez isto ocorrer. Um abraço, Thainá.
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