domingo, 23 de dezembro de 2018

Livro: Capitães da Areia, Jorge Amado

Eu nunca tinha lido nada de Jorge Amado nem fazia ideia que muitas séries e novelas eram inspiradas em seus livros (Gabriela Cravo e Canela, Tieta do Agreste, Porto dos Milagres, Dona Flor, etc) mas rondando a sala de leitura da escola onde trabalho achei um exemplar de Capitães da Areia e resolvi ler.



A leitura no início foi um pouco lenta e houve uma certa dificuldade por conta da "baianidade" expressa no livro: são muitas gírias e a estória é toda ambientada na Bahia, mais precisamente na praia, onde um grupo de meninos de rua vivem numa espécie de trapiche. 

O autor conta a vida desses meninos, fazendo-se única cada estória, e a riqueza de detalhes é tão grande que você acredita que estes meninos possam realmente ter existido: mas é apenas ficção.

Os personagens são riquíssimos em detalhes e cada um tem uma personalidade tão peculiar que quanto mais você lê mais você quer conhecer, entender e tornar-se íntimo daquele universo.

Jorge Amado tentou nos mostrar o dia a dia de meninos de rua e pra isso até chegou a dormir entre eles por algumas semanas antes de escrever Capitães da Areia. Ele escreve tão bem, mas tão bem que você fica imaginando que o próprio autor já passou necessidades, mesmo isto não tendo ocorrido.

No grupo de personagens há um líder, um mais sensato, um mais vida louca e também há o padre que, seguindo na contra-mão dos princípios católicos, ajuda esse grupo de meninos e deles obtém o respeito. Também há uma personagem feminina que entra no meio da estória e vira uma espécie de referência entre o grupo.

Cada estória é tão bem escrita que você passa a ter compaixão até com os "vilões". Eu considero não somente um livro mas uma obra de arte que deveria ser tombada como patrimônio histórico brasileiro. Sério, Capitães da Areia é um dos melhores livros que já li na vida!!

Depois de ler este livro fiquei mais apaixonada ainda pela cultura nordestina, pelas novelas e romances ambientados no nordeste brasileiro, coisa que sempre gostei desde meus tempos de criança. Essa cultura me faz lembrar coisas boas como férias na praia, reunião com a família pra assistir Tieta ou Mulheres de Areia mas também tem um apelo muito forte no meu imaginário social, pois vejo a luta nordestina como a verdadeira resistência brasileira, uma afronta ao imperialismo norte-americano e europeu e sou completamente apaixonada por tudo isso.

Quando recentemente foi lançada uma nova versão da mini série Gabriela Cravo e Canela (com a Juliana Paes) eu fiquei doida, pois mesmo sem saber desse histórico eu já adorava todas as novelas ambientadas no sertão nordestino, novelas sobre cangaço e cordel, e hoje como militante pró valorização nacional sou mais apegada ainda a essa temática.

Demorei a fazer esta resenha aqui no Blog mas como hoje fui marcada numa corrente sobre livros no Facebook, resolvi trazer a vocês essa dádiva que é a leitura desse livro. Sério, não deixem de ler, é muito MARAVILHOSO!!

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