A História do Município de Itaboraí pode ser encontrada em três documentos importantes:
- Simpósio Nacional de História: Inflexões na história e nas configurações urbanas de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro;
- História de Itaboraí, pela Prefeitura municipal de Itaboraí;
- Noções de Urbano: uma construção de memória (e da cidade) de Itaboraí – RJ;
A palavra Itaboraí vem do Tupi significando "Pedra bonita escondida na água" demonstrando assim suas heranças indígenas, principalmente dos Tamoios. A distribuição de terras nesta região banhada pelo Rio Macacú e seus afluentes, ocorreu a partir da vitória das armas portuguesas em combate com os franceses e Tamoios.
O município tinha tanta importância na época que quase chegou ganhar o título de capital da província, perdendo por apenas um voto para onde hoje, atualmente, é Niterói.
Itaboraí é uma cidade histórica do Rio de Janeiro que nasceu da união de três importantes vilas coloniais: Santo Antônio de Sá, São João de Itaborahy e São José Del Rey. Cada uma dessas vilas tinha suas próprias características e contribuiu para a formação da cidade que conhecemos hoje.
Vila de Santo Antônio de Sá: Foi a primeira vila do Recôncavo da Guanabara e teve grande importância econômica graças à produção de açúcar e à sua localização estratégica em rotas comerciais. No entanto, sofreu um declínio devido a epidemias e ao desgaste do solo;
Vila de São José Del Rey: Inicialmente um aldeamento jesuíta, essa vila foi importante para a catequização dos indígenas e para a produção agrícola. Sua localização próxima à foz do rio Macacu favoreceu o desenvolvimento econômico;
Vila de São João de Itaborahy: Surgida como uma parada de tropeiros, essa vila se tornou o maior produtor de açúcar da região e um importante centro comercial. Sua localização estratégica e a influência de grandes personalidades contribuíram para seu desenvolvimento.
Itaboraí teve seu início como um acampamento de tropeiros que seguiam para Campos dos Goytacazes. A construção de uma capela dedicada a São João Batista em 1672 marcou o início do povoado. Com o passar dos anos, a região se desenvolveu economicamente através da agricultura, especialmente da cana-de-açúcar e de cereais, além da produção de cerâmica e da destilação de aguardente (pinga).
Em 1833, o povoado foi elevado à categoria de vila, adotando o nome de Vila de São João de Itaboraí. A partir daí, a ocupação da região se consolidou, com o aglomerado de Venda das Pedras sendo um dos principais núcleos.
Passou por epidemia de malária em 1829 e um baque econômico graças a abertura da estrada de ferro Carril Niteroiense, que enfraqueceu o transporte pluvial. Outro fator importante que declinou a economia foi a abolição da escravatura.
No século XIX, o plantio de café em Itaboraí foi favorecido pela proximidade ao Porto do Rio de Janeiro, o que acabou revigorando a região que estava em decadência desde a queda da cana de açúcar, das fazendas e vias de locomoção até o porto
Mesmo diante de dificuldades econômicas, Itaboraí buscou alternativas como a pecuária, a cerâmica, a apicultura e o agro turismo. Contudo, o crescimento urbano desordenado, iniciado há décadas, causou danos irreparáveis ao meio ambiente, com desmatamento, erosão e poluição. A falta de planejamento adequado e a ausência de políticas ambientais eficazes agravaram a situação. Apesar de possuir patrimônio histórico e cultural, o município enfrenta desafios para preservá-lo e conciliá-lo com o desenvolvimento.
Fatores que influenciaram o desenvolvimento de Itaboraí:
- Localização: A proximidade de rios navegáveis, a presença de terras férteis e a localização estratégica em rotas comerciais foram fundamentais para o crescimento das vilas;
- Economia: A produção de açúcar, a atividade de tropeirismo e o comércio foram as principais atividades econômicas que impulsionaram o desenvolvimento da região;
- Política: A influência de grandes personalidades e a disputa por poder político entre as vilas também moldaram a história de Itaboraí;
- Cultura: A presença de diferentes grupos étnicos, como indígenas e africanos, e a influência da cultura portuguesa marcaram a identidade cultural de Itaboraí;
Legado histórico:
Itaboraí possui patrimônio histórico e cultural, com igrejas, engenhos, casarões e sítios arqueológicos que contam a história da ocupação humana na região. A cidade vive na luta pela busca da preservação sua memória versus o crescimento desordenado.
No início do século XX alguns personagens da política do Estado realizaram discursos e debates neste local. Segundo Costa (2014), no período monárquico este espaço público foi chamado de “Praça General Osorio” e, após a Proclamação da República em 1889, denominou-se de “Praça do Generalíssimo Deodoro da Fonseca”, tendo o nome alterado novamente em 1891 para “Praça Marechal Floriano Peixoto”, permanecendo assim até os dias de hoje;
Com o objetivo de promover a inclusão social e elevar a qualidade de vida, o Plano Diretor Integrado de Itaboraí (2017) estabelece diretrizes para a proteção e valorização do patrimônio histórico, artístico, cultural, urbanístico e paisagístico do município. Destaca-se, em particular, a meta de requalificar o Centro Histórico e seu entorno, conforme previsto nos artigos 78 e 89 do documento. Essa iniciativa busca revitalizar áreas degradadas e resgatar a identidade cultural da cidade;
Nomes de notoriedade:
Destacam-se os Itaboraíenses: Joaquim José Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí (1802), João Caetano dos Santos (1808), Joaquim Manoel de Macedo (1820), Salvador de Mendonça (1841), Alberto Torres (1865), que disseminava a campanha republicana num tempo próximo de sua proclamação e, sua filha, Heloisa Alberto Torres (1895), antropóloga e primeira diretora do Museu Nacional, que embora não seja originária desta cidade, passou nela os últimos anos de sua vida deixando para o IPHAN o sobrado da família.
Geografia de Itaboraí:
As características gerais do município de Itaboraí são: expansão de terras do Rio de Janeiro; função de entreposto comercial como forma de transporte de navegação pelos cursos d’água; localização às margens de estradas e proximidade com polo da sub-região de Niterói. O município tem área total de 429,9 km² e população de aproximadamente 240.000 pessoas (calculadas em 2024).
Itaboraí possui oito distritos:
Itaboraí;
Porto da Caixas;
Itambi;
Sambaetiba;
Cabuçu;
Manilha;
Pacheco;
Visconde de Itaboraí;
Sua inserção no espaço se dá entre a estrada de ferro da RFFSA, o antigo leito da RJ-116 (Norte), os rios Ipitangas (Sul), Duques e Poço Fundo (Leste) e Aldeia (Oeste).
É comum a migração para Niterói e para o Rio de Janeiro por questões trabalhistas, abrigando assim uma população mais pobre. O Distrito de Manilha é o de maior densidade, com mais de 60 mil habitantes, mas em compensação o mais carente em infraestrutura.
Br-101 e Br-493 são as principais vias de acesso; pertence ao eixo Leste da região metropolitana do Rio de Janeiro. Predomina a população mais jovem, que são 57%.
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